1 de mar. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(186ª parte)  

  

Mosteiro de Oseira. Converter a hidraúlica cisterciense em mera peça arqueológica


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 Direção  Geral  do  Património  Cultural  galega  (DXPC)  deve  estar  a  par  e  passo  das  pesquisas  arqueológicas  efetuadas  no  Mosteiro  de  Oia  e  envolvente.  Caso  contrário,  será  oportuno  recomendar  uma  paragem  em  todo  o  tipo  de  obras  que  lá  se  acometam.  Definir  uma  recentralização  de  Oia  através  do  novo  'Parque  Central'  em  redor  do  ribeiro  Lavandeira,  muito  a  custo  e  provavelmente  de  súpeto,  poderá  querer  esconder  outras  soluções  mais  condizentes  com  o  passado  aluvial  da  envolvente  monástica  oiense.  Ribeiro  Lavandeira  não  passa  por  onde  passa  pelo  acaso,  pela  casualidade.  Primeiramente  há  um  erguido,  um  nivelamento  geral  que  tem  sido  propositado  naquela  panda  do  mosteiro  e,  aliás,  em  toda  a  área:  razões  aluviais,  defensivas  ?  Sabe-se  lá,  o  assunto  tem  que  ser  apurado  com  isenção,  longe  de  propósitos  espúrios  de  um  grupo  privado.  Porque  o  pano  de  fundo  poderá  ser  isto  mesmo.  Constantemente  encontram-se  novos  achados  pelo  mundo  fora  e  o  mosteiro  de  Oia  não  será  uma  "rareza"  porque  o  diga  um  grupo  do  âmbito  privado  com  interesses  ligados  à  urbanização,  à  uma  mera RENOVAÇÃO URBANA  E  COMENSALISTA.    



 

 Esta  ideia  vem  abonada  'por  motivos  que  radicam  na  sustentabilidade  do  lugar  cisterciense  (nomeadamente  devido  a  causas  hidrológicas)  estas  transferências  foram  mais  habituais  e  necessárias  em  mosteiros  resultantes  da  afiliação  de  antigas  comunidades  eremíticas  à  Ordem  (abadias  adoptadas)  do  que  em  fundações  ex-novo  (caso  de  Oia)'.  Uma  outra  consideração  a  ressalvar,  precisamente  agora,  será  o  facto  de  protelar  a  PEÇA  ARQUEOLÓGICA  em  benefício  de  outras  "urgências"  mais  em  voga:  assim  sendo,  no  mosteiro  de  Oseira,  por  exemplo,  tem-se  feito  o  inacreditável  qual  é  destinar  para  museu  arqueológico  (antigo  locutório  aderido  ao  escritório  dos  monges)  um  espaço  de  agregação  seriada  de  algumas  peças  em  granito  perfuradas,  que  utilizaram  os  monges  hacia  1620,  na  altura  em  que  conseguiram  levar  a  água  até  a  cozinha  através  dos  canais  abertos  no  muro  (Es  ésta  la  arqueología  que  falta  en  Oia!).    

 'A  arquitetura  é  atmosfera,  presença,  história  e  beleza.  O  património  cultural  é  também  direito  do  povo  e  parte  básica  da  sua  identidade.  A  arquitetura  é  maravilhosa,  mas  só  tem  sentido  aquando  se  a  permite  ser  aquilo  para  o  qual  foi  desenhada' . Irina  Bokova  (UNESCO, s  CEO). (Asombro  e  incredulidad,  leyenda  urbana  en  un  medio  aún  rural,  profundas  reservas  hacia  esta  profesional  de  la  política).  Irina  Bokova  afirmava  no  ano  de  2013  que  'A  proteção  do  património  cultural  é  inseparável  da  proteção  do  povo  porque  dá  valor  e  identidade  ao  povo  mesmo'  (Tal  baladronada  es  dicha  con  absoluto  impudor).  A  seguir  posiciona-se  'Rodríguez+Pintos'  desta  maneira:  'Nós  concordamos  com  isso,  daí  a  proteção  do  património  cultural  não  deve  consistir  em  convertê-lo  em  mera  peça  arqueológica.  A  arquitetura  convertida  em  arqueologia  deixa  de  ser  real,  elimina  a  sua  atmosfera,  converte-se  em  algo  mais,  agrega  decisões  que  nos  distanciam  da  história  mesma  dos  Monumentos.  (!?!?).  Presença  física  -  o  objecto -  é  uma  peça  essencial,  mas  parte  de  algo  maior:  o  local,  a  arquitetura  e  a  sua  identidade.  Este  projeto  garante  o  máximo  respeito  pelo  mosteiro,  sem  esquecer  a  sua  envolvente  e  o  resto  de  coisas  que  uma  adequada  Arquitetura  tem.  (Borrachera  y  leyes  sectoriales  a  la  carta).  

 (Continuará)  

 Artigo precedente. 

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