PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(56ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
No video "Pasado, presente e futuro do Mosteiro de Oia", um audiovisual com alguns anitos, três meninas visitam as ruínas monacais. Uma delas é Sara Barbará (Vasco-Gallega de Consignaciones); outra chama-se Ana Álvarez (gestora cultural). Nesta passagem de imagens, nesta paragem no tempo fica assente o conluio da turistificação irreflectida com os ditos gestores culturais. No caso que nos ocupa, ao que tudo indica, será Sara Barbará quem tenha dado instruções claras à "gestora" Ana para que os desejos da "RMO" sejam cumpridos e concretizados. Método é sempre o mesmo: agilizar processo urbanizador sem que medeiem normativas patrimoniais ou paisagistas.
Servir-se de um bem cultural como autêntico CAVALO DE TROIA para a colmatação daquilo que verdadeiramente importa, ou seja, a urbanização e o aquaturismo. Entram em jogo as citadas políticas contratuais, de pacto, consistentes em marginalizar e pôr de parte aquelas considerações respeituosas com a paisagem física e cultural oiense. Modelo turistificador serve-se do expólio patrimonial de Oia para, amparando-se nele, dar o golpe de misericórdia a qualquer expetativa de boa e criteriosa gestão patrimonial e paisagista. Está tudo bem clarinho, está "preto no branco". Meninas conhecem bem regras entre parceiros, regras de posições, impiedosas, típicas do mercado e de uma inventariação patrimonial que ficará subserviente da turistificação mais descarnada. Ana Álvarez, gestora cultural, acrescenta, vejam bem, que Oia tem um património ainda por valorizar (!?). O que é que quis dizer com isso? Qué isenção poderá ter esta pessoa perante uma sociedade como a "Vasco Gallega de Consignaciones"? Sara Barbará não lhe fica atrás nas "apreciações" quando refere ligação do mosteiro ao mar, querendo por isso levantar um thalasso (!?). Com verdade, "Kaleido" encosta-se ao mosteiro a modo de parceiro para "justificar o expediente", que não é outro que a materialização apressada dum convênio urbanístico ao seu belo prazer e o implante "ex novo" de um complexo hoteleiro/aquático. Não esqueçamos que "RMO" é dona e senhora de um Monumento, o que fala bem alto de um contrasenso. Nesta manobra mercantilista andam à balda Xunta e privados numa "kermesse" que omite várias normativas (LPCG/LPP/CEP/NEWCASTLE/PATRIMÓNIO VERNACULAR CONSTRUIDO). Custa acreditar que o discurso seja sempre o mesmo, que não se tenham demovido um milímetro das suas posições. GENÓTIPO CULTURAL DE OIA MUDARÁ PARA SEMPRE, TAL COMO FENÓTIPO RESULTANTE DO SEU ENVOLVIMENTO SECULAR COM UM MOSTEIRO. Oia tem uma filosofía particular, uma maneira de estar que será transmutada. Pano de fundo disto tudo será aquele ditado argentino que dizia: "Nos pillaron cagando y mirando a la bahía". Pelo sim, pelo não, desconfiemos da pretensa mensagem de BUCOLISMO IDIOTA que, nesta fase transitória de dissimulo, transmitem estes senhores.
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