30 de xul. de 2019

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia   
(40ª parte) 

Riccardo Petrella, doutor en Ciencias Políticas e Sociais pola Universidade de Florencia (Italia)


ENCONTROS POLIORCÉTICOS /  Oia  

 Fazer uma abordagem do problema da água em Oia é pertinente. Um privado quer obter um importante quinhão na distribuição de água local para um projeto ligado ao mosteiro, existindo no entanto problemas no fluxo e no saneamento relativos a este  líquido. Bem sabemos que os "comandos informativos" da "Kaleidos" tentarão iludir esta questão alegando manipulação e dogmatismo dos outros, cientes de que nisso vai-lhes  sangue, suor e lágrimas. Esta questão não é pacífica, antes bem tem gerado controvérsias em todo o lado e situação. Proprietários do Mosteiro de Oia  não poderão, de facto, fugir às responsabilidades decorrentes disso. Qual será então o tipo de oneração ou tributação imposta aos vizinhos? Pensa-se por acaso na gratuitidade dessa água? Lhes será outorgada alguma ilibação da parte da Xunta? Problema da água não é exclusivo só do Terceiro Mundo, estando a bater com alguma intensidade às portas de Europa.    

 Ao encontro disto, Riccardo Petrella incide nas suas palestras em duas premissas:  

 1) Água é desperdiçada pela própria dinámica descontrolada das atividades económicas (agricultura, industria, energia, turismo, lazer, âmbitos domésticos). Porém, 1.500 milhões de pessoas não têm acesso à água no  mundo. 

 2) Por causa das alterações climatéricas, este bem essencial será contemplado como  valor económico passível de ser manipulado, de ter algum tipo de cotação, de se lhe aplicar um preço. Tais são as "orientações" de uma economía neoliberal que não assume os seus erros, levando à humanidade ao desastre.    

 Fundador em 1991 do Grupo de Lisboa (entidade atenta aos efeitos da mundialização da economía) ou do Comité Internacional pelo Contrato Mundial da Água (1997); impulsionador da Universidade do Bem Comum (2003), o seu evidente altermundismo responde à  lógica duma junção do  cristianismo, do personalismo e do solidarismo nuns tempos  em que, mesmo isso, foi posto de parte. Riccardo Petrella se faz de ingénuo, mas explica muito bem o que se está a passar. A sua singeleza constitui o pior dos  pesadelos  para técnicos, para "instalados"  ou também para os intrusistas do turismo que trançam a negociata com tudo o que for preciso.

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