PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
Andrea Amorim Pereira,investigadora do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT)
Foto: F.
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Vêm aí boas e não tão boas notícias relativas à paisagem. Estamos a falar da Serra de Arga, dos resultados de uma investigação apresentada no recente Décimo Congresso Mundial da IALE (International Association for Landscape Ecology), entre os días 1 e 5 de julho do presente mês na Universidade de Milano-Bicocca (Itália); falamos de uma proximidade geográfica com a Galiza que poderá ser sintoma de alguma coisa e, enfim, falamos de uma investigadora, Andrea Amorim Pereira, que nos traz ar fresco e novo fôlego para vindicar com energia a questão paisagista nestas bandas galegas.
Igualmente, viu-se urgente adotar uma atitude preventiva perante o novo Regulamento da Lei 7/2008 de Proteção da Paisagem galega, visto que chega 11 anos depois, logo após ter sido protelada frequentemente a lei base, logo após terem sido violentados numerosos espaços em todas as ordens e para todos os efeitos. Se fosse aplicado de verdade esse suposto de VERIFICAÇÃO DE QUALIDADE PAISAGISTA DESDE A LINHA DE MAR, projeto da "Kaleidos" tinha os días contados. Mas, de cada vez que o senhor Feijóo fala de ambiente ou paisagem, todos andamos a tremer. As suas palavras são eventual amnistia para todos os perpetradores. É dizer ora uma coisa, ora outra.
Décimo Congresso Mundial da IALE foi oportunidade manifesta para falar das paisagens luso-galegas, designadamente Serra de Arga como Paisagem Cultural. Andreia Amorim Pereira, investigadora do Centro de Estudos em Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), resultante do esforço cooperativo das universidades de Coimbra, Porto e Minho, apresentou um estudo que citava quatro opções futuras para melhor conhecermos as possibilidades de uma paisagem. Na sua comunicação "Integração de diferentes escalas de tempo na análise e cartografia de unidades de paisagem cultural nos sistemas montanhosos do Noroeste de Portugal: a Serra de Arga como um estudo de caso" refere:
a) Alicerçar o reconhecimento do valor patrimonial da paisagem da Serra de Arga.
b) Sustentar a definição e delimitação de unidades de paisagem cultural abase de combinações específicas entre substrato geológico / formas de relevo / solos / vegetação / uso do solo / estrutura fundiária e modelo de ovoamento.
c) Orientar as opções de gestão e valorização da paisagem fundamentando as escolhas democráticas tomadas no plano político e de participação pública.
d) Estimular a reflexão sobre cómo a preservação da paisagem pode ser equacionada no quadro dos instrumentos de gestão do território vigentes.
As comparativas não têm gratuitidade: 25 quilómetros arredondados separam Serra de Arga dos sistemas galegos próximos. Por exemplo, aqueles territórios sulcados pela EP-2202 guardam paralelismo com Arga. As dicas dadas são promissórias porque expõem áreas comuns e hipótese de integração paisagista. Variedade de unidades de paisagem integradas facilitam a visão global delas.

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