12 de xuño de 2019

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia
(32ª parte)  
Se dermos luz  verde ao projeto da "Kaleidos" novas portas abrir-se-ão a vontades facilitistas e criações pirosas.

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 Proprietários do Mosteiro de Oia fizeram projetos "à bruta e à francesa" sem calcular relação entre as antecedências e aquilo que se persegue: resultados expressam modelos turistificadores inusuais no meio rural, que nada têm a ver com um turismo em concordância com a demanda. O Novo está a danificar formal e esteticamente estruturas nobres, aceites, entranhadas na memória. Novo e sinónimo de alteração morfológica. São vocês os introdutores de traumas nos volumes e na paisagem próxima e longínqua. São vocês os fundamentalistas da nova gramática da Industria Turística. Vocês andam a meio caminho entre umas Rías Baixas especuladas, passadas a pente fino, e a clamorosa falha turística da Invicta (Porto), onde a pressão do visitante é superior à londrina (Londres). Implicam com tudo (cientes de ser responsáveis de misturas construtivas que resultam inaceitáveis) à procura de "harmonias" que criarão desharmonias anexas e adensamentos. Ou talvez, abrandam nesses esperados estragos espaciais pelo facto de falarmos da envolvente dum mosteiro, numa permanente desculpa esfarrapada que só tem aceitação entre os perpetradores. Pretendem, ainda por cima, impor uma linguagem enganosa entre a população, de molde a disfarçar os disparates paisagistas, abase de pátinas culturalistas na Net e suposto conhecimento da matéria em  causa.  

 MOSTEIRO DE OIA NÃO DEVE SER UM "NÚCLEO CENTRAL" INTERESSEIRO QUE VOCÊS ATRIBUEM POR DESPACHO À VILA E AO CONCELHO. Oia trascende terras e fronteiras, não se espartilha, não se circunscreve a desejos desnaturados dos atuais proprietários. Não façam alvo, nem diana do mosteiro. Aquilo que dinamiza esta paisagem cultural será a soma patrimonial das suas partes, não o corte, a seção dessas partes. De todo, é impossível integrar essas porções que vocês quereriam "harmonizadas" visto que, à partida, interferem quanto a curvas de nível com o próprio mosteiro  ou, em todo caso, seja como for, obrigam a redesenhar a espacialidade verde ao norte e leste do cenóbio, criando fenómenos ilegais de SUPLANTAÇÃO. Ao todo, estão a focalizar desnecessariamente, nuclearmente, um edifício e um conjunto à medida dos seus planos, esquecendo que o mosteiro faz parte de algo mais abrangente: a PAISAGEM. Essa pertença rege tudo, de maneira que o cenóbio mostrar-se-ía na sua plena aparência e competência TAL QUAL HOJE SE NOS AFIGURA. Sobram aditamentos, sobram deformações, quanto mais não seja pelo RESPEITO DEVIDO À INTEGRIDADE ESPACIAL DO NOSSO MOSTEIRO. Se dermos luz  verde ao projeto da "Kaleidos" novas portas abrir-se-ão a vontades facilitistas e criações pirosas. Os maus exemplos espalham-se e, ainda por cima, recebem elogios. Não podemos ser cúmplices dos novos feismos. 

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