12 de feb. de 2019

A GUARDA

PATRIMÓNIO

A importância da obra externa em Santa  Cruz

(19ª parte)
 

 Fachada da igreja paroquial de Santa María de Oia
Foto: Encontros Poliorcéticos

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / A Guarda
 
 Há três interrogantes que Encontros Poliorcéticos coloca aos executivos locais de Oia, A Guarda e Tominho:  Por que continua-se a dar asas a um particular que não sabe separar a questão urbanística da questão patrimonial em Oia? O projeto da Kaleidos não tem pernas para andar, e um exemplo de gentrificação e violenta todas as cartas e recomendações internacionais sobre a paisagem cultural emitidas pelo ICOMOS. Da mesma maneira, o que está a acontecer na Fortaleza de Santa Cruz, na Guarda, gera um evidente embaraço por não se saber o que é que anda na cabeça de uns senhores que querem a tudo custo obter réditos eleitorais do Castelo. Finalmente, projetos como o de Siza Vieira não estão a dar conta do perigo de antropização severa que eventualmente sofrerá a Fortaleza  de San Lourenzo de Goián e a sua envolvente por causa da descoordenação e falta de previsão existente. Há um diferendo, um contraste marcante entre as duas margens do Minho. Assim que não haja uma Linha de Proteção que circunscreva a fortaleza esta converter-se-á num gigantesco estacionamento de carros. São perguntas simples e rotundas que revelam até que ponto esta-se a protelar o mundo das fortificações no Baixo Minho.      



Esboço do castelo de Santa Cruz em A Guarda, província de Pontevedra, Galiza, Espanha 
Autor: Posible2006
Fonte: Wikipedia

 As estratégias turistificadoras, a supeditação e subordinação do património militar ao “diktat” turístico vulnera igualmente quaisquer recomendações da Unesco. El “show off” existente da parte de auténticos profissionais da velha política envergonha-nos. Turismo e Cultura não são condizentes estando como estão as coisas. Falta planeamento, está a faltar previsão, tudo se faz às pressas. O “mainstream” dominante provoca o abandono de fortificações a um e outro lado do Minho. Aquando a cultura obedece à dominância turística (ou a projetos urbanizadores, à economía de  serviços…) algo de mau se está a passar. Vejam então Santa Cruz como essa santa aliança,  esse perverso exemplo de péssimas soluções onde o que perde sempre é a pre-existência, o Património. Importa referir a gratuitidade com que se desenham, por exemplo, espaços museístico futuros. O executivo local guardense queria instalar um Auditório  no  espaço externo de Santa Cruz (ou seja, no glacis desaparecido), sendo avisados desse erro. Agora, optam pela Fínola...Todavía, naquele exiguo contorno da Bateria da Mata, em Vilanova  de Cerveira, querem implantar no futuro paralelepípedos ao desbarato, sem critério espacial, como se a ESG fosse uma churraria. A poliorcética vira autêntica meia-irmã com estes supostos onde o que prevalece muitas das vezes é o fator crematístico e a interposição pura e simples do turnismo  político.

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