27 de out. de 2018

OIA

PATRIMÓNIO


Estratégias para Oia


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia 

 Uma opção certa seria a consistente em dissociar a componente política da própria problemática do Mosteiro de Oia. As recentes posições de cada um nos plenários camarários em Oia evidenciam a fragilidade do voto emitido e a existência de atitudes viracasacas”. Mais uma vez, a velha política interpõe-se e mete o pau na roda. É surpreendente cómo determinados concelheiros utilizam com gratuitidade o desvío, o reencaminhamento das questões que se lhes coloca. Aquí há uma mão negra que quer boicotar um debate sério sobre o patrimonialismo, o monacato e o direito dos vizinhos a gozar das suas próprias decisões. A democracia local tem umas servidões evidentes que decorrem de interesses espúrios. Os vizinhos oienses têm que abrir o olho de vez!    


 Um segundo comentário advém da natureza internacional do assunto que nos ocupa. Temos redigido à Direção Geral do Património Cultural de Portugal uma carta onde se elencam os problemas suscitados por determinadas pessoas e instituções em relação ao património monacal oiense e a sua gestão. Portugal tem algo a dizer nesta estapafúrdia toda. Da mesma maneira, escrevemos ao Icofort no intuito de informar-lhes sobre os riscos que ameaçavam este conjunto cenobial e militar. Está na agenda do Movimento Oia En Marea usufruir duns direitos reconhecidos na UNESCO relativamente a isto tudo. Enfim, a Universidade de Valladolid, e outras seguir-lhe-ão, poderá tomar uma posição favorável à Expropiação Forçada do Mosteiro de Oia.    


 Noutro apartado vamos analisar o necessário acréscimo dos elementos poliorcéticos presentes no conjunto monacal. Primeiramente, salientar que os monges artilheiros dispunham de bocas de fogo em patamar, de um Muro ataludado, em alambor, que olhava para a bocana costeira e a Camboa, dispondo de brechas ou seteiras para os fogos menores nesse primeiro nível rente às águas. São no mínimo 90 metros de comprimento a ter em conta numa nova conceição desse  espaço. A seguir, uma praça de armas circunscrita, num segundo patamar, para a disposição da pirobalística e os projéteis. Ocupa 680 m2 e vê-se reforçada, fachada mediante, por um muro com rasgos de seteiras e 15 metros de comprimento. Portanto, o projeto do proprietário não contempla estes pormenores e entra em rota de colisão com toda e qualquer poliorcética.


 Finalmente, as inversões do proprietário são minúsculas se comparadas com as verbas que, com efeito, se necesitam para fazer um acometimento credível de restauração em Oia. Temos pressa em ver as obras iniciadas, é preciso e premente ultrapassar estes “timings” de desconcerto, propositados. Pra já, que se estabeleça uma área de proteção no mosteiro que dissuada ao proprietário das suas pretensões de criar uma melange” aberrante de construções de variada natureza, coladas ao próprio cenóbio. A seguir, estabelecer numa primeira fase: 

· Análise de estruturas e subtruções. 
· Definição de elementos sustentantes e estruturais a analisar. 
· Intervenção em todas as coberturas. 
· Informe sobre patologias. 

 Desvendando estas primeiras decisões proceder-se-á, numa segunda ação, a:

 Análises estruturais com técnicas várias (leitura de paramentos, fotogrametría e drones, levantamentos geométricos com raios laser, ondas elásticas sónicas e ultrassónicas, ensaios de impacto eco, georradar, modelação numérica en verticalidades e abóbadas). Eventualmente, dispor-se-á de uma equipa complementar arqueológica que faça sondagens e excavações em superfície em pontos escolhidos previamente.  

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