13 de xan. de 2016

A GUARDA

PATRIMONIO

Elementos estruturais contrastados em Sta. Cruz

Porta do  Socorro, na Fortaleza de Santa Cruz (A Guarda)
Foto: Infogauda


José Buiza Badás

  Conjugando num rápido olhar materias e disposiçons estruturais resolvemos em resumida análise alguns dados basilares nos aparelhos detetados em Sta. Cruz. Primeiramente, facer conta dum pormenor fundamental que nom se regista nas sempre estimadas arquiteturas populares: Tirando os canteados, a lavra de silharia, os enrasados dos dous tránsitos, etc., advertimos algumhas dificuldades nos Acordos ou Assentos dos muros em geral. Ainda que a obra fundamental nom experimentou alteraçons e permanece travada e reforçada, aparecerom nos panhos pequenos desprendimentos. Ademais, nas contramuralhas e outros pontos as paredes combadas, as paredes prenhas, evidenciam um inevitável alinhamento claramente condicionado na própria projeçom linear. Talvez, digo talvez, seja necessário a médio prazo  fazer um rasgo, umha cala por forma a reconstruir e analizar seja as humidades, seja as ampolas decorrentes dum afolhamento da parede. 

 Se a estrutura murária toda figer acópio de grandes dose de água, a funcionalidade dos sistemas de escoagem desta, para além das rampas de elevaçom e desníveis, de condutas, de sumidouros e arquetas, de telhas canais e cazes, ver-se-á minorada, somando-se ademais aos efeitos das forças de traçom e compressom. As paredes enchidas desolidarizam aqueles elementos de afixaçom, aqueles ligantes que acabam por manifestar umha descomposiçom geral. Nalguns tramos das contramuralhas é realmente fácil fazer raspamentos ou “manifestar gretas”, mas nom convém facé-lo, nom é recomendável perante um cenário de argamassas mortas.

 Em detalhe, podemos dar conta dalguns pormenores: a nível de silharias detecta-se o recurso aos encepados ou grampos de unión na plataforma superior ou terraço da Porta da Vila, no parapeito. Também, nas linhas de arranque das peças da abóbada os travamentos tracejam formas acarpaneladas que transformam a corvadura e a própria luz nesse corredor. Igualmente, referindo-nos às silharias, informar sobre umha ocorrência de necessário conhecimento: no cunhal, na  arista do baluarte da Cruz, falta parcialmente a basa, a zarpa. Verificamos isto introducindo a mán  e comprovando como lhe poda faltar um recalço, um reforço. Também, as banquetas encostadas ao parapeito da cortina de Cividans, ou noutros, revelam roturas e pedra solta.

 Da mesma maneira, o apuntalamento, o estribamento a ladear as jambagens da Porta do  Socorro, a base de peças da orden quase que ciclópica, restam equilibrio ao corredor. Mas isto tem relativa soluçom. Estes excertos, estes resumos dum trabalho mais amplo sobre o Castelo de Sta. Cruz querem ser contributos para umha mais geral informaçom e  conhecimento de todos.

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