A exposição “Memórias do Colégio de A Guarda (1916 – 1932)” pode ser visitada até ao dia 6 de setembro
Evento como o Passagem - Pasaxe tornam o concelho mais forte para enfrentar o futuro
O Salão Nobre dos Paços do Concelho tornou-se pequeno para acolher as muitas pessoas que quiseram partilhar uma parte importante da história dos Jesuítas e da qual Caminha fez parte. “Grande momento de cultura no concelho de Caminha”, foi assim que Miguel Alves descreveu o evento “Passagem – Pasaxe: O Ensino Jesuíta e a Revista Brotéria entre Portugal e a Galiza” que decorreu ontem. “No próximo ano vamos fazer um debate sobre os 80 anos do início da Guerra Civil Espanhola e o modo como isso afetou, vivenciou, vitaminou ou empobreceu as nossas relações e a nossa comunidade de A Guarda e Caminha” foi o desafio lançado pelo autarca de Caminha no encerramento da conferência. Uma conferência com as interessantes comunicações de Paulo Torres Bento, Francisco Malta Romeiras, José António Uris e José Manuel Martins Lopes, a inauguração da exposição “Memórias do colégio de A Guarda, 1916 – 1932” que contou com a presença de antigos alunos e a projeção do filme “Visita ou Memórias e Confissões (1982), visto pela quarta vez a nível mundial fizeram deste evento “um momento de grande qualidade e de grande categoria. Este momento faz parte de uma estratégia que nós temos para a formação da cultura. É mais um momento que tem a ver com a nossa história, algo que tem a ver com os nossos vizinhos de A Guarda, o papel dos Jesuítas em Portugal, na literatura, na ciência e na educação”, sublinhou o autarca de Caminha.
A conferência iniciou com a intervenção de Paulo Torres Bento que abordou a relação entre Caminha e o Colégio Jesuíta da Pasaxe e a Revista Brotéria. Francisco Malta Romeiras falou sobre as Coleções científicas dos jesuítas exilados”. José António Uris centrou-se na relação de A Guarda e da forma como os guardeses conviveram com o colégio jesuíta da Pasaxe. Por último, José Manuel Martins Lopes deu a conhecer um pouco da educação dos jesuítas hoje, debruçando-se na Companhia de Jesus.
Sobre a importância do evento, Miguel Alves deixou três conclusões: “este evento marca uma forma diferente de estar e de viver as coisas que tem a ver com a ideia que nós temos para o concelho de Caminha, isto é, a perspetiva que nós temos de projeção do concelho de Caminha. Pode até não ser muito popular, mas tenho a certeza que é um “húmus” extraordinário para podermos ter um concelho mais inteligente, mais vivido, mais sabedor, mais contraditório, mais interpelativo, mais dialético, e por isso, um concelho mais forte para enfrentar o futuro”.
Como segundo apontamento, o edil deixou, como já referimos, um repto No próximo ano fazer um debate sobre os 80 anos do início da Guerra Civil Espanhola e o modo como isso afetou, vivenciou, vitaminou ou empobreceu as nossas relações e a nossa comunidade de A Guarda e Caminha”.
“Este evento tem tudo a ver com aquilo que nós hoje temos que ser enquanto comunidade: é perceber exatamente de onde vimos, do que é que somos feitos, o que de importante se passou para não tomarmos atitudes sem nexo, desligarmos-mos de quem está ao lado, de perdermos o rasto do que realmente aconteceu, de não sabermos em que coluna estamos”, referiu Miguel Alves como terceira conclusão.
Exposição para visitar até 6 de setembro
A exposição “Memórias do Colégio de A Guarda (1916 – 1932)” patente na sala da Assembleia dos Paços do Concelho foi bastante procurada. A sala foi pequena para acolher tantos visitantes. Esta mostra constituída por dez módulos pretende reavivar o que foi o Colégio de A Guarda, através da projeção de um depoimento gravado de um antigo aluno ainda vivo, e de uma pequena exposição com espólio documental e fotografias cedidas pela Biblioteca/ Museu do INA, e por familiares e antigos alunos dos Jesuítas portugueses ligados a Caminha. Segundo Rodrigo Pita de Meireles, curador da exposição, “Caminha foi a caixa postal do Colégio de A Guarda”.
Esta exposição está patente até ao dia 6 de setembro e pode ser visitada de segunda-feira a sábado das 15 às 18 horas.
Os caminhenses foram os quartos a ver o filme de Manoel de Oliveira
Este evento encerrou com a projeção do filme “Visita ou Memórias e Confissões (1982), exibido em Caminha pela quarta vez a nível mundial. O filme estreou 4 maio no Teatro Rivoli, Porto; seguiu-se Lisboa a 5 de maio na Cinemateca e a 21 de maio esteve patente no Festival de Cannes.
Sobre este facto, Miguel Alves disse sentir-se especial: “estamos em Caminha, na nossa terra, e vamos ter a 4ª apresentação deste filme, temos o direito de nos sentirmos especiais”.
Fonte: C.M. Caminha
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