CINEMA
Boletim da Sessão nº 666 - “A Flauta Mágica” de Ingmar Bergman
Sexta-feira, 26 de dezembro às 21:45 no Teatro Valadares
ATENÇÃO: Lotação Limitada. Entrada Gratuita.
Locus Cinemae / Caminha
“A Flauta Mágica de Bergman iniciou uma nova fase nas atribuladas relações cinema-ópera, ainda antes que Rolf Lieberman, na ópera de Hamburgo, primeiro, e na ópera de Paris depois, promovesse, primeiro, o registo televisivo das suas encenações e, depois, em 1979, o Don Giovanni, confiado a Joseph Losey, e mais ou menos inspirador das superproduções cinematográfico-operáticas tão em voga nos anos 80.
Mas se o próprio Lieberman admitiu que foi o êxito comercial da obra de Bergman que o animou a explorar um caminho, de que, desde os fins dos anos 50, os produtores fugiram como o diabo da cruz, a abordagem de Bergman do mundo da ópera – e logo com A Flauta Mágica! – está nos antípodas da direcção que prevaleceria, depois, entre 1979 e 1986, os sete anos mais férteis em “filmes-ópera” ou “ópera-filmes”. Ao contrário das obras que vieram depois de 1979, não há no elenco de A Flauta Mágica intérpretes célebres (ou à época não havia, pois aqueles que o são hoje – como o barítono Häken Hagegard que interpreta o papel de Papageno – ainda não era em 74-75 mundialmente famoso). Não há, também aparato encenatório (a Flauta é encenada no pequeno Teatro de Drottningholm, segundo as convenções que vigoraram até aos anos 50); a versão seguida é a tradução sueca do texto original alemão (com várias modificações de que a seguir se falará); o princípio da gravação é o velho playback. Muito mais importante do que tudo isso: Bergman (que várias vezes encenou esta ópera em palco) declaradamente assume a representação teatral. À excepção dos planos iniciais (“clichés” fotográficos com um lago de cisnes; bosques e estátuas de faunos e ninfas, que não cumprem outra função senão situar a cidade de Drottningholm, e aproximarnos do teatro dela), estamos sempre no teatro. Ou na plateia, ou no palco, ou nos bastidores (ou em décors que os simulam). E o pano abre, quando finda a abertura e fecha quando acabam os actos. O plano do pano cerrado é o último do filme, com as palmas da assistência, que já ouvíramos no final da abertura, no final do primeiro trio (das Damas da Rainha) e no final do 1º. Acto (frequentes no início, não interrompem depois a representação, no fim de outras árias, como é da tradição). (…)
cinemateca.pt/CinematecaSite/media/Documentos/TROLLFLOJTEN.pdf
FICHA TÉCNICA:
Titulo original: “Die Zauberflöte”, Suiécia, 1975
Realização – Ingmar Bergman
Argumento – Ingmar Bergman adaptado do libretto de Emanuel Schikaneder
Fotografia – Sven Nykvist
Montagem – Siv Lundgren
Produção – Måns Reuterswärd
FICHA ARTÍSTICA:
Intérpretes: Josef Kostlinger, Irma Urrila, Hakan Hagegard
Personagens
Tamino (príncipe) – tenor
Pamina (filha da Rainha da Noite) – soprano lírico
Sarastro (sacerdote de Ísis e Osíris) – Baixo
Rainha da Noite – soprano colaratura
Papageno (caçador de pássaros) – barítono
Papagena (prometida a Papageno) – soprano
Monostatos (mouro a serviço de Sarastro) – tenor
Programação
Ciclo A Música no Cinema
26 de dezembro, “A Flauta Mágica”, Ingmar Bergman, Suécia, 1975, Sessão 666 (M/6)
Ciclo Comédia Negra & Sátira Social
02 de janeiro, “Delicatessen”, Marc Caro e Jean-Pierre Jeunet, França, 1991, Sessão 667 (M/12)
09 de janeiro, “Belle Epoque – A Bela Época”, Fernando Trueba, Espanha / Portugal / França, 1992, Sessão 668 (M/12)
16 de janeiro, “Fargo”, Joel Coen e Ethan Coen, EUA / Reino Unido, 1996, Sessão 669 (M/16)
23 de janeiro, “Trainspotting”, Danny Boyle, Reino Unido / EUA, 1996, Sessão 670 (M/18)
30 de janeiro, “Histórias da Idade de Ouro”, Hanno Höfer e Razvan Marculescu e Cristian Mungiu, Roménia / França, 2009, Sessão 671 (M/12)
Ciclo Crime & Suspense
06 de fevereiro, “Janela Indiscreta”, Alfred Hitchcock, EUA, 1954, Sessão 672 (M/12)
13 de fevereiro, “Perseguido Pelo Passado”, Brian De Palma, EUA, 1993, Sessão 673 (M/16)
20 de fevereiro, “Insónia”, Christopher Nolan, EUA / Reino Unido, 2002, Sessão 674 (M/14)
27 de fevereiro, “O Maquinista”, Brad Anderson, EUA / Espanha, 2004, Sessão 675 (M/16)







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