CINEMA
Boletim da Sessão nº 594 - “Os Putos” e “Os Quatrocentos Golpes” de François Truffaut
Sexta-feira, 07 de junho às 21:45 no Teatro Valadares
ATENÇÃO: Lotação Limitada. Entrada Gratuita.
Locus Cinemae / Caminha
(…) Obra de estreia nas longas-metragens do seu autor, até aí mais conhecido como crítico de cinema na mítica revista Cahiers du Cinema, o filme é uma comovida visão sobre a infância e a adolescência, sobre os tempos dos primeiros (des)encontros com a vida, a partir da sua personagem central, Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), um rapaz de 12 anos, e do conjunto das restantes personagens, em que sobressaem as crianças como o inefável René (Patrick Auffray), a mãe (Claire Maurier), o padrasto (Albert Rémy), etc.
O confronto de Antoine com o padrasto e com a mãe é o seu confronto com a sociedade e com o mundo dos adultos, por oposição à solidariedade que mantém com René e os outros miúdos. Truffaut capta o sentimento da adolescência no período que se seguiu ao fim da Segunda Guerra Mundial, baseando-se na sua própria experiência.
Para além disso, o filme transmite ao espectador o fascínio da mulher para um adolescente, através de tudo aquilo que ela traz de diferente e de atraente, gerador de um mundo secreto e próprio, só compartilhável até certo ponto com outros jovens da mesma idade. Aqui existe uma metáfora que faz equivaler a mulher ao cinema e a paixão por uma mulher à paixão pelo próprio cinema. Mas existem outras ideias notáveis com correspondente tradução fílmica, como a da carência económica da criança e o seu sonho pela posse de bens materiais, nem que tenha que utilizar os de outros, como acontece na sequência do roubo da máquina de escrever.
Ficou particularmente famoso o final em aberto com a corrida do protagonista na praia, convocando ao mesmo tempo a promessa e a tristeza, demonstrando que o cinema não oferece respostas fáceis para os problemas da vida. O mesmo acabou por demonstrar Truffaut com os filmes seguintes que faria dedicados à mesma personagem: Antoine et Colette (1962), curta-metragem integrada no filme em episódios L’Amour à Vingt Ans, Baisers Volés (Beijos Roubados, 1968), Domicile Conjugal (Domicílio Conjugal, 1970) e L’Amour en Fuite (O Amor em Fuga, 1979). O seu sucesso internacional ajudou a impor Truffaut como um dos grandes nomes da chamada Nouvelle Vague.
Foi nomeado para o Óscar de Melhor Argumento Original e venceu o prémio de Melhor Realização no Festival de Cannes de 1959 e o BAFTA de Melhor Filme Não Inglês. (…)
https://www.infopedia.pt/artigos/$os-quatrocentos-golpes
FICHA TÉCNICA:
Título original: “Les quatre cents coups”, França, 1959
Realização: François Truffaut
Produção: François Truffaut
Argumento: François Truffaut, Marcel Moussy
Música: Jean Constantin
Fotografia: Henri Decaë
Direção artística: Raymond Lemoigne
Montagem: Marie-Josèphe Yoyotte
Distribuição: Cocinor
Duração: 99 minutos
FICHA ARTÍSTICA:
Jean-Pierre Léaud …. Antoine Doinel
Claire Maurier …. Gilberte Doinel, mãe de Antoine
Albert Rémy …. Julien Doinel, padrasto de Antoine
Patrick Auffay …. René
Georges Flamant …. senhor Bigey
Yvonne Claudie …. senhora Bigey
Robert Beauvais …. o diretor da escola
Ciclo Les Aventures d’Antoine Doinel
07 de junho, “Os Putos” e “Os Quatrocentos Golpes”, François Truffaut, França , 1957 e 1959, Sessão 594 (s/ classificação).
14 de junho, “Antoine e Colette” e “Beijos Roubados”, François Truffaut, França, 1962 e 1968, Sessão 595 (s/ classificação).
21 de junho, “Domicílio”, François Truffaut, França / Itália, 1970, Sessão 596 (M/12).
28 de junho, “Amor em Fuga”, François Truffaut, França , 1979, Sessão 597 (M/12).
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