Aditamentos 9
(Considerações paisagistas em Oia)
Encontros Poliorcéticos / Oia
Reparem no nome, no pormenor: Abadía de Lérins, cisterciense, internacional e plenamente inserida no elenco europeu, portanto carente de constrangimentos e de visões interesseiras. Um grupo de ilhas perante a Riviera francesa, perto de Cannes: sendo as duas ilhas maiores, Sainte Marguerite e Saint Honorat, bem como os ilhotes de Saint Ferréol e da Tradelière, estes vazios, parte do conjunto total ocupado por uma comunidade monástica ativa desde o século V. L'Abbaye de Lérins (Saint Honorat) sedia-se no departamento dos Alpes Marítimos de numeração O6, está bem delimitada e apresenta um avanço fortificado que patenteia a sua condição casteleja (forteresse).
Mais ao norte, em Sainte Marguerite, temos o Fort Royal. Este seria um primeiríssimo exemplo de mosteiro ao pé do mar e numa ilha, francês por sinal. Mas há outros e bem perto: tomem conta da Comunidade Franciscana de Frades Menores no Forte da Ínsua, dirigida por Diogo Arias em 1392. Já em 1471 ampliava-se existindo um maior número de frades e sendo visitado pelo rei Manuel I em 1502 na sua peregrinação para Santiago. O enformado atual, que insere um cenóbio no interior das defesas, data do período 1649-1652. A original disposição formal da parte propriamente monacal acrescenta o valor dual do conjunto todo. A ínsua de Santo Isidro, pertencente a Moledo, recolhe todo o sentido que se lhe atribui ao mosteiro-fortaleza de Oia; mas admitamos que na Ínsua forma parte de um cordal organizado de fortalezas costeiras, não sendo o caso de Oia.
Os casos a expor continuam: a abadia- fortaleza de Mont Saint Michel, pequena ilha rochosa no esteiro do rio Couesnon em Normandia, Pontorson, departamento francês de Manche. Determina uma clara configuração isolada de religião e fortaleza, visível desde quilômetros de distância, marcando a irrelevância deste nosso mosteiro de Oia a todos os efeitos, por muito que queiram forçar o rumo os aderentes de um plano forjado e artificioso; plano que por causa de calculistas bem conhecidos está a gerar contínuos desacordos.
Continuemos com outro caso: Sant Pere de Rodes, emprazamento beneditino do século X que chama toda a nossa atenção pelo caminho que seguiu paralelamente à restauração discutível efetivada no mosteiro de Carboeiro, em Silleda (Pontevedra) principiados os anos setenta do século XX. Tira-se partido de tudo quando o correto seria separar o trigo do joio no caso que nos ocupa. A personalidade do conjunto sediado no Alt Empordà resulta convincente por causa da sua ubiquidade, plenamente marinha.
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