20 de xan. de 2023

OIA

 Aditamentos   8   

(Considerações paisagistas em Oia) 


Igreja fortificada de San Pedro da Rua (Estella) 
Foto: Clauuuvlc

Encontros Poliorcéticos / Oia    

 Uma  verdade  paira  no  ar,  visto  o  mosteiro  de  Oia  não  ser  o  único  a  figurar  entre  cenóbios  de  natureza  costeira.  Estes  senhores  mentem  com  quantos  dentes  têm  na  boca,  sendo  justo  dizer  que  o  vasto  mundo  monacal  oferece  uma  amplitude  vastíssima  relativamente  a  centros  monásticos  no  Atlântico.  O  oceano  Atlântico  não  cairá  no  'europeu centrismo'  que  praticam  alguns,  dado  isto  ser  um  fenómeno  recorrente  e  aliás  bem  torpe.    

 Continuamos  enfim  referindo  os  quatro  espaços  religiosos  na  Península  Ibérica:  Portugal,  Castela,  Navarra  e  Aragão.  Assim  sendo,  a  Navarra  ocupa  um  lugar  privilegiado  quer  estrategicamente,  quer  a  nível  dos  caminhos  para  Santiago  vindos  da  França.  Cá  manifestam-se  como  já  dissemos  as  aportações  da  arte  românica  no  seu  melhor:  orientalismo,  primeiro  românico  chamado  internacional  (lombardo),  traço  visigótico  ou  moçárabe,  que  possibilitaram  a  eclosão  desse  peculiar  estilo  tão  peninsular  e  de  grande  pegada  e  reconhecimento  internacional.  É  tanto  assim  que  o  'Caminho  Francês'  é  dos  roteiros  mais  exponenciais  para  o  estilo  que  se  está  a  gerar  nessa  rota  internacional.  'Caminhos  para  Santiago'  definem  uma  expressão  verdadeiramente  transfronteiriça  europeia  que  não  vai  admitir  estreitamentos  nem  focalizações  parciais  e  interesseiras.  Ou  mercantis….    

 Diz  Gustav  Liebmann  Maier  conforme  isto  o  seguinte:  "Con  alguna  exageración,  o  autor  americano  Kingsley  Porter  ha  dicho  que  se  puede  representar  gráficamente  la  historia  de  la  escultura  románica  en  España  marcando  en  un  mapa  de  la  Península  los  caminos  de  peregrinaje  a  Santiago.  No  cabe  duda  de   que  esas  peregrinaciones  a  ese  Santuario,  situado  en  el  oeste  más  apartado  de  Europa,  tuvieron  para  la  cristiandad  europea,  en  la  época  que  nos  interesa,  no  menos  importancia  que  las  peregrinaciones  a  Roma  y  Jerusalén".

 Olhando  para  Navarra  vamos  fazer  referência  à  velha  Iruña  e  o  seu  tradicional  dispositivo  defensivo:  La  Navarrería,  San  Saturnino  e  San  Nicolás,  separadas  e  confrontadas  a  defenderem  interesses  específicos,  criando  um  complexo  sistema  igualmente  interdependente.  As  igrejas  fortificadas  aparecem  também  em  Santa  María  la  Real,  em  Ujué  (século  XII);  na  igreja  de  San  Saturnino,  em  Artajona;  na  igreja  de  San  Pedro  da  Rua,  em  Lizarra- Estella.  Um  templo  como  o  de  Santa  María  Magdalena,  em  Tudela,  aparece  revestido  com  ar  castelejo.  O  velho  reino  de  Navarra  participará  em  cheio  na  afirmação  do  'Caminho  Francês',  de  jeito  espontâneo  e  abertamente.    

 Gustav  Liebmann  Maier  assegurava  este  pormenor: "Un  camino  de  ida:  Roncesvalles,  Pamplona,  Puente  de  la  Reina,  Estella,  Irache,  Logroño,  Nájera,  Burgos,  Frómista,  Villacasa,  Carrión  de  los  Condes,  Sahagún,  León,  Astorga,  Santiago. Un  camino  de  vuelta:  Oviedo,  Armentia,  Estíbaliz,  Leyre,  San  Juan  de  la  Peña,  Jaca.   En  Francia,  Moissac y Toulouse  eran  etapas  importantes". 

Ningún comentario:

Publicar un comentario