Aditamentos 8
(Considerações paisagistas em Oia)
Encontros Poliorcéticos / Oia
Uma verdade paira no ar, visto o mosteiro de Oia não ser o único a figurar entre cenóbios de natureza costeira. Estes senhores mentem com quantos dentes têm na boca, sendo justo dizer que o vasto mundo monacal oferece uma amplitude vastíssima relativamente a centros monásticos no Atlântico. O oceano Atlântico não cairá no 'europeu centrismo' que praticam alguns, dado isto ser um fenómeno recorrente e aliás bem torpe.
Continuamos enfim referindo os quatro espaços religiosos na Península Ibérica: Portugal, Castela, Navarra e Aragão. Assim sendo, a Navarra ocupa um lugar privilegiado quer estrategicamente, quer a nível dos caminhos para Santiago vindos da França. Cá manifestam-se como já dissemos as aportações da arte românica no seu melhor: orientalismo, primeiro românico chamado internacional (lombardo), traço visigótico ou moçárabe, que possibilitaram a eclosão desse peculiar estilo tão peninsular e de grande pegada e reconhecimento internacional. É tanto assim que o 'Caminho Francês' é dos roteiros mais exponenciais para o estilo que se está a gerar nessa rota internacional. 'Caminhos para Santiago' definem uma expressão verdadeiramente transfronteiriça europeia que não vai admitir estreitamentos nem focalizações parciais e interesseiras. Ou mercantis….
Diz Gustav Liebmann Maier conforme isto o seguinte: "Con alguna exageración, o autor americano Kingsley Porter ha dicho que se puede representar gráficamente la historia de la escultura románica en España marcando en un mapa de la Península los caminos de peregrinaje a Santiago. No cabe duda de que esas peregrinaciones a ese Santuario, situado en el oeste más apartado de Europa, tuvieron para la cristiandad europea, en la época que nos interesa, no menos importancia que las peregrinaciones a Roma y Jerusalén".
Olhando para Navarra vamos fazer referência à velha Iruña e o seu tradicional dispositivo defensivo: La Navarrería, San Saturnino e San Nicolás, separadas e confrontadas a defenderem interesses específicos, criando um complexo sistema igualmente interdependente. As igrejas fortificadas aparecem também em Santa María la Real, em Ujué (século XII); na igreja de San Saturnino, em Artajona; na igreja de San Pedro da Rua, em Lizarra- Estella. Um templo como o de Santa María Magdalena, em Tudela, aparece revestido com ar castelejo. O velho reino de Navarra participará em cheio na afirmação do 'Caminho Francês', de jeito espontâneo e abertamente.
Gustav Liebmann Maier assegurava este pormenor: "Un camino de ida: Roncesvalles, Pamplona, Puente de la Reina, Estella, Irache, Logroño, Nájera, Burgos, Frómista, Villacasa, Carrión de los Condes, Sahagún, León, Astorga, Santiago. Un camino de vuelta: Oviedo, Armentia, Estíbaliz, Leyre, San Juan de la Peña, Jaca. En Francia, Moissac y Toulouse eran etapas importantes".
Ningún comentario:
Publicar un comentario