17 de xuño de 2022

OIA

 PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(217ª parte)    


Capela e baluarte de S. Sebastião em Cerveira


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 O  autor  'José  Marques',  apresentava  ao  'II  Colóquio  Galaico-Minhoto',  realizado  em  Santiago  de  Compostela,  de  14  a  16  de  Abril  do  ano  de  1983,  um  interessante  estudo  sobre  um  assunto  que  mexe  com  tudo  aquele  que  pensa  no  fator  FRONTEIRA  e  o  seu  significado  histórico.  Mas  vamos  por  partes,  sendo  que  Marques  refere  assim:  'A  pesar  da  instauração  de  uma  fronteira  política  no  século  XII,  da  cisão  operada  na  diocese  de  Tui,  pela  linha  do  Minho,  nos  finais  do  século  XIV  (1378- 1380),  e  da  vigilância,  por  vezes  intensa,  realizada  pelas  autoridades  portuguesas  e  castelhanas,  o  intercâmbio  entre  os  dois  povos  continuava  a  processar-se  essencialmente  na  base  de  um  sistema  de  convivência  e  vizinhança  muito  fortes'.  

 (A  propósito  de  esto,  Suso  Vila  impartía  una  conferencia  el  sábado  30  de  Abril  titulada  'Santa  María  de  Oia,  o  poder  económico  e  político  na  raia  miñota',  sempre  sob  o  olhar  atento  do  "mecenas"  Xoán Martínez Reboredo).  

 E  Marques  continua:  'O  Mosteiro  de  Sta.  Maria  de  Oia,  por  causa  dos  bens  possuídos  em  Portugal,  teve  de  suportar  os  reflexos  de  todas  as  perturbações  políticas  verificadas  entre  Portugal  e  Castela,  ao  longo  do  período  em  estudo,  isto  é,  nos  séculos  XIV - XV.  Simultaneamente  abateram-se  também  sobre  ele  as  consequências  da  grave  crise  económica- demográfica  e  social  que  flagelou  o  reino  português  durante  a  segunda  metade  do  século  XIV,  tendo,  para  cúmulo  da  situação,  de  enfrentar  as  exigências  feitas  por  várias  entidades,  que  se  apresentavam  como  titulares  de  certos  direitos  incidentes  sobre  o  património  possuído  pelo  Mosteiro  de  Oia  a  sul  do  rio  Minho'.      




 Acrescenta  Marques:  'Cumpre-nos,  por  isso,  afirmar  que  o  nosso  estudo  abrange  apenas  o  período  compreendido  entre  1340  -  ano  em  que  terminou  a  guerra  entre  D.  Afonso  IV  e  o  rei  de  Castela  e,  além  disso,  numa  ação  conjunta,  os  dois  monarcas  alcançaram  a  vitória  do  Salado  -  e  1434,  assinalado  pelo  termo  do  diferendo  entre  a  Coroa  portuguesa  e  o  Mosteiro  de  Oia,  por  causa  dos  bens  que  este,  outrora,  possuira  nos  termos  de  Lisboa  e  de  Torres  Vedras'.     

 (Con  ocasión  del  Covid-19,  se  puso  en  causa  la  viabilidad  del  fenómeno  tranfronterizo  y  los  derechos  inherentes  de  sus  trabajadores.  Tal  es  el  último  acto  efectuado  por  la  Republica  Portuguesa  de  carácter  unilateral.  Y  no  será  el  último).

 Caminha,  Gondarém,  Covas,  Lovelhe,  Cerveira,  Lovio,  Sapardos,  Candemil,  Cornes,  Reboredo,  Campos,  Vila  Meã,  Silva,  Fontoura,  S.  Julião,  Cerdal,  São  Pedro  da  Torre,  Gandra,  Valença,  Monção,  Ponte  de  Mouro,  Melgaço  ou  Fiães,  para  além  de  posses  em  Torres  Vedras,  Lumiar  ou  Lisboa  determinam  uma  releitura  constante  de  uma  história  que  se  escreve  amiúde  de  maneira  simplista.  Mais  ainda  da  parte  de  um  grupo  privado  cuja  única  razão  de  ser  vem  determinada  pela  concretização  de  um  plano  urbano. 

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