15 de xuño de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(216ª parte)    


Em Oia a componente poliorcética e arqueológica é fundamental


ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia  

 Vamos  expor  o  exemplo  do  Mosteiro  cisterciense  de  Matallana  (Villalba  de  los  Alcores,  Valladolid),  propriedade  da  Deputação  de  Valladolid  e  atual  Centro  de  Interpretação  da  Natureza.  Matallana  representa  o  apuramento  exponencial  da  sua  hidraúlica,  tendo  em  conta  que  se  parte  de  uma  base  de  mínimos  onde  o  que  conta  são  os  basamentos,  as  ossadas  de  um  plano  que  ilustra  um  perfil  daquilo  que  era  o  cenóbio  todo.  Erguido  nas  estribações  septentrionais  dos  Montes  Torozos,  ocupa  um  espaço  de  transição  entre  páramo  e  planície,  sendo  atravessado  pelos  ribeiros  'Mijares'  e  'Las  Cárceles' ,  tributários  do  rio  'Sequillo'.  No  ano  de  1931  é  declarado  Monumento  Histórico- Artístico  Nacional,  sendo  que  entre  1993  e  2003  procedeu-se  a  campanhas  arqueológicas  que  permitiram  a  documentação  das  cimentações,  dos  alicerces  de  algumas  dependências  monásticas  (Claustro  Regular,  Igreja,  Noviciado,  Portaria  Exterior,  Pátio  da  Cozinha,  Dependência  das  'Necessárias').  Os  sistemas  de  abastecimento  hídrico  são  analisados,  bem  como  os  enterramentos.  Ficam  patenteados  dois  planos  do  lugar  que  evidenciam  estes  pormenores,  um  do  século  XVIII  e  outro  do  século  XIX.  Um  conjunto  abacial  perfeitamente  desmochado  a  mostrar  dentro  da  sua  nudez  esse  subsolo  real,  para  além  de  estruturas  murárias,  pilares  e  muros  perimetrais.  Edifício  orientado  do  Leste  ao  Oeste,  com  Claustros  do  lado  da  Epístola,  cerca  monástica  e  visível  presença  do  aparelho  hidraúlico.  A  igreja  abacial,  sobreposta  a  uma  outra  estrutura  anterior,  tem  5  capelas  que,  de  norte  ao  sul,  foram  dedicadas  a  S.  Martín,  S.  Juan,  Sta.  María,  S.  Bernardo  e  Sta.  Marina,  sendo  a  central  composta  de  presbitério  retangular  e  ábside  destacado  de  forma  heptagonal.  Por  fora  advertem-se  grandes  contrafortes  de  reforço.  Contudo,  a  vida  deste  cenóbio   desenvolvia-se  no  Claustro  Regular  até  os  anos  do  banimento  oitocentista.  O  tal  banimento  não  impediu,  porém,  desvendar  apartir  de  um  esqueleto  estrutural  básico  esse  outro  organigrama  hidraúlico  surpreendente.  Essa  desmontagem  do  elemento  hídrico  resistiu  todas  as  provas:  pilhagens  dos  populares  e  napoleónicas,  novas  funções  e  donos,  o  efeito  próprio  da  Desamortização.   

   



 Em  Oia  pode  acontecer  o  mesmo,  com  mais  ou  menos  achados,  com  mais  ou  menos  resultados.  Não  temos  registado  alusão  alguma  destes,  de  uma  componente  hidraúlica  específica  (designadamente  do  sistema  inferior).  Área  a  delimitar  podeŕa  ser  necessariamente  abrangente  mas  passível  de  se  concretizar.  Provavelmente,  a  Plataforma  Estatal  de  Profissionais  da  Arqueologia  (P.E.P.A.),  uma  vez  redigidos  os  seus  estatutos -  fevereiro  de  2021 -  poderá  esclarecer  alguma  coisa  relativamente  às  equipas  atuantes  no  mosteiro  de  Oia.  Estamos  perante  um  grupo  privado,  'Fundação  Mercantil  Real  Mosteiro  de  Oia'  que  parece  ter  dado  ouvidos  surdos  à questão  dos  alicerces,  das  fundações  do  mosteiro  todo.    

 Artigo precedente.    

Ningún comentario:

Publicar un comentario