PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(212ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
'VASCO- GALLEGA DE CONSIGNACIONES' acapara mais do 80% das movimentações de blocos de granito, sediando muito em primeiro lugar as suas operações no macroporto de Vigo. Esta MULTINACIONAL faturava em 2007 38 milhões de Euros e calculava repetir um recorde no exercício seguinte de 45 milhões de Euros. As suas atividades compreendem o granito, a madeira, o alumínio, a siderurgia, as TORRES EÓLICAS, mas não fica por aí. Os últimos anos desenvolveu uma expansão de solo industrial que tinha por base:
● 42.000 m2 de superfície em Namibe (Angola) com ramais.
● 10.500 m2 em O Porriño (onde fazem depósitos de granito, contentores ou componentes do setor automóvel).
● Renovação das suas estruturas no Porto de Vigo ( onde deposita guindastes ou empilhadoras ). Nova terminal portuária.
● Polígono de Salvaterra- As Neves (Plataforma Multimodal para mercadorias, transporte e veículos). Solicitou para isso 50.000 m2.
Os herdeiros de Ernesto Romeu San Román nos últimos 32 anos (date-se o ano de 2008) tem consignado mais de 4.500 navíos, facturado mais de 650 milhões de Euros e manipulado mais de 10 milhões de toneladas. 'Vasco- Gallega de Consignaciones' nasce em 1976 (tem ao todo 46 anos de existência), sendo que a economia portuária de Vigo lhe deve atualmente a sua razão de ser. É um gigante que não tem travão (32,1 milhões faturados em 2021) e em matéria de logística cedo se apressa e ultrapassa à concorrência. Agora, dá os seus primeiros passos no campo do 'património cultural', comprando por 2,4 milhões de Euros o mosteiro cisterciense de Santa Maria de Oia (2004). Primeiro erro da 'Fundação Mercantil Real Mosteiro de Oia' será aplicar critérios logísticos e desenvolvistas em sede monástica. Somemos a isso uma prática improvisadora, de remendos, nos primeiros anos de posse privada até os anos 2016 ou 2017 (reconhecido, admitido pela própria 'RMO') que levará o cenóbio à Lista Vermelha (Lista Roja) de 'Hispania Nostra'. A opacidade deste grupo privado resulta exponencial e as 'negas' dadas a um mínimo processo contraditório não são casualidade. Chama a atenção o fator desmobilizador que se verifica em tudo o relativo a esse empreendimento urbano em Oia, as renúncias e os silêncios. 'Operação Oia' será tudo menos uma reabilitação em termos (com efeito, trata-se de uma renovação urbana em cheio). Esta operação se faz com recurso ao 'lenga, lenga' mercantil, como apêndice ao negócio bruto urbanizador. Surpreende conferir dois estilos bem opostos nesta 'RMO' onde alternam a linguagem lisonjeira e as falinhas mansas com uma outra expressão bem mais assente na rudeza o na ausência de maneiras. Maneiras rudes é que não haverá nas cumplicidades entre Xunta e este grupo privado á hora de dar via livre à calendarização marcada pela consignatária. Por enquanto, sensivelmente, sofrem todo o tipo de atrasos no que toca a execução de obras. Deve haver um envolvimento mais rigoroso de todos aqueles que desde sempre optaram pela simples Execução Forçada (Ejecución Forzosa).
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