PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(206ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Vamos analisar em pormenor o forte de Bragandelo e referir a polêmica gerada em redor destas posições no Extremo (Portugal, 'Caminho Minhoto Ribeiro'). Primeiramente, fazer alusão de Michel Lescolles, engenheiro francês que projetou ou dirigiu as obras militares no Extremo (para além das fortalezas de Valença, Monção, Chaves e Bragança, dito a 'grosso modo'). Os textos de 'Luis Moreira' falam da presença de Lescolles no Minho, não havendo, ao que parece, qualquer crónica de factos militares entre os anos de 1658 e 1662. Na Biblioteca Nacional de Portugal não se encontra nada, sendo que o 'Mercúrio Portuguez' reinicia a sua atividade em 1663. O 'Mercúrio Portuguez' representa um jornalismo único bélico no século XVII que soube exprimir condignamente a guerra entre Portugal e Espanha (1640-1668). O assunto tem por centralidade a palavra 'Proto-hornaveque', dirimindo-se a sua adequação ou pertinência, ou pondo em causa este termo. Certamente haverá uma possível explicação de natureza cronológica (existência de uma reocupação posterior/ a sua possível construção em várias fases/ do proto-hornaveque ao cofre, ou caponeira, definitivo).
Na guerra de Aclamação (1640-1668) não se podem sobredimensionar os fortes terreiros de campanha (pertencem às guerras de poupança de materiais e às fracas economias de guerra, também à escaramuça). No entanto, esta temática muda de figura se observarmos os avanços notórios destas estruturas na forma de baterias, postos seriados, etc.. presentes nas Linhas de Torres Vedras aquando as invasões napoleónicas (fortes ou postos de natureza mista, de alvenaria, croios ou cantos, terra prensada e areia) quarenta anos depois. Eis, à posteriori, que os postos de campanha ganham novas valências. Mas cingindo-nos à 'Guerra de Restauração' convinha salientar a previsível importância de outros locais próximos do Extremo- Portela (na estrada para S. Gregório há baterias ou postos defensivos; na estrada para as Várzeas também, basicamente delimitadas face ao inimigo). Igualmente, essas manifestações de instalações terreiras defensivas em San Roque de Crespos (concelho de Padrenda), ou Bangueses no concelho de Verea (forte de Penafroufe, este mais afastado), entrariam na rota do 'Caminho Minhoto Ribeiro'.
'Julián García Blanco' foi contactado pelos 'EE.P.P.' e opina assim: 'El fuerte (Bragandelo) es muy interesante, pero, en principio, la información de los paneles no siempre es una fuente fiable. La verdad es que ni por la forma, ni por la posición veo el hornabeque u obra corna. El hornabeque es una obra exterior, compuesta por dos semibaluartes unidos por una cortina. Es habitual que contasen con alas que unían el hornabeque con el camino cubierto de la plaza. Dependiendo del diseño de las alas los hornabeques se clasifican en tres tipos:
● Cola de golondrina, las alas se estrechan hacia la plaza.
● Contracola, las alas del hornabeque se ensanchan hacia la plaza.
● De alas paralelas.
Algunos ingenieros consideran que las coronas eran hornabeques dobles, pero ese es otro tema que nada aporta al tema del fuerte y desdeluego ninguno de los elementos del fuerte se ajusta a los tipos mencionados. La obra que se apunta como 'protohornabeque' es, para mi, una caponera, conocida en Portugal como 'cofre'. Se trata de una comunicación cubierta entre un reducto avanzado y la plaza. En todo caso, sin conocer la historia de la fortificación hay que ser muy prudente. Sería imprescindible conocer alguna monografía sobre esta fortificación por si en algún momento contó con algún elemento identificado como protohornabeque que ocupase la posición marcada, pero que no aparece en el dibujo. Es decir, un elemento destruído después para construir la caponera'.
'Julián García Blanco' é Licenciado em Geografia e História pela Universidade de Extremadura (Seção Pre-história e Arqueologia, promoção 1981-1986).
(Continuará)
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