PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(196ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Acondicionamento da antiga pousada e construção da nova, falamos do mosteiro de Oseira, somam juntos um investimento de 957.477,00 euros (135. 106,00 € + 822. 477,00 €). Incrementa-se o número de beliches em 42, atingindo a cifra final de 74 destes. Xunta galega gere a ferro e fogo este espaço dado estar ainda encerrado para o público e vetado a sete chaves para os que querem julgar esta obra polémica. Vozes houve que criticaram a maneira como foi erguida, nomeadamente, a nova pousada. Algum artigo apareceu na imprensa de Ourense censurando esta obra dupla, este indubitábel acréscimo. Mas de facto serve-nos de referência para estabelecermos uma comparativa oportuna relativamente ao que pretendem concretizar em Oia; vem mesmo a calhar este apontamento, por quanto uma primeira casuística fala de um roteiro centenário, ao pé de um "caminho" que não acumula nem seis anos de existência.
Resumidamente, referindo Oseira:
● Penetração por demais para o Oeste e excessivo comprimento.
● Isto confere-se aquando caminhamos pela cerca monástica e ganhamos perspetiva.
● Ocupação de um espaço restrito, necessariamente restrito, se somássemos o total de M/Quadrados que este espaço perfaz.
● Xunta galega não faz consideração relativamente à qualidade paisagista; só olha à quantificação-turística, a resultados conferíveis no exercício do Jacobeu 2021-2022. Contabilizar número de visitantes forma parte de um raciocínio errado.
'DELARUA Arquitectos', gabinete formado por Adolfo Rodríguez de la Rúa Román, Juan A. Aragonés Martínez e Pablo Álvarez Feijóo, cria-se no ano 2000 em continuidade com a finalização da reabilitação do Conjunto Histórico-Artístico da vila de Allariz. Segue-se em julho de 2010 um incêndio no 'Santuário dos Remédios' de Ourense, bem focalizado pela intervenção da equipa 'DELARUA Arquitectos', que faz uma abordagem corajosa na calcinada abóbada e no teito, sublinhando a necessidade de trabalho arqueológico (catas) sob o nível do chão por forma a desenterrar uma capela do século XVI e trazer à luz outros restos romanos e medievais. Esta capela tinha problemas de humidades e inundações. Com estes precedentes, 'DELARUA Arquitectos', empresa sediada em Ourense, faz com que a Xunta 'abra o olho' entrando na dinâmica da licitação dos 957.477,00 € de Oseira.
Prevalência de critérios turísticos está a ganhar terreno em tudo quanto é sítio; Jacobeu está na moda e todos alinharam pelos ditados impostos pelo Feijoismo agora que deixa a Galiza. Existe em Oseira o perigo de massificação tangível, pouco refletida, na tresloucada cabeça dos mais. Adolfo Rodríguez de la Rúa Román expõe razões interessantes quanto ao modelo de poupança energética da pousada toda (climatização e produção de água quente/ redução de gases com efeito invernadeiro do 50%/ ventilação mecânica com recuperadores de calor) mas os interesses específicos derivados da LPCG de 2016 estão aí, uma lei neo-liberal, tijoleira até a fartura, causante do permanente mal entendido que provoca nos bens culturais o sobrecarregamento turístico. Como dado salientável, falamos calmamente com o Superior de Oseira, D. Enrique Trigueros, sobre a pousada, quem aceitava confuso a interlocução e o nosso raciocínio.
(Continuará)
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