6 de abr. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(196ª parte)   


Acondicionamento  da  antiga  pousada  e  construção  da  nova en Oseira

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia  

 Acondicionamento  da  antiga  pousada  e  construção  da  nova,  falamos  do  mosteiro  de  Oseira,  somam  juntos  um  investimento  de  957.477,00  euros  (135. 106,00  €  +  822. 477,00  €).  Incrementa-se  o  número  de  beliches  em  42,  atingindo  a  cifra  final  de  74  destes.  Xunta  galega  gere  a  ferro  e  fogo  este  espaço  dado  estar  ainda  encerrado  para  o  público  e  vetado  a  sete  chaves  para  os  que  querem  julgar  esta  obra  polémica.  Vozes  houve  que  criticaram  a  maneira  como  foi  erguida,  nomeadamente,  a  nova  pousada.  Algum  artigo  apareceu  na  imprensa  de  Ourense  censurando  esta  obra  dupla,  este  indubitábel  acréscimo.  Mas  de  facto  serve-nos  de  referência  para  estabelecermos  uma  comparativa  oportuna  relativamente  ao  que  pretendem  concretizar  em  Oia;  vem  mesmo  a  calhar  este  apontamento,  por  quanto  uma  primeira  casuística  fala  de  um  roteiro  centenário,  ao  pé  de  um  "caminho"  que  não  acumula  nem  seis  anos  de  existência.     

 Resumidamente,  referindo  Oseira:    

Penetração  por  demais  para  o  Oeste  e  excessivo  comprimento. 

Isto  confere-se  aquando  caminhamos  pela  cerca  monástica  e  ganhamos  perspetiva. 

Ocupação  de  um  espaço  restrito,  necessariamente  restrito,  se  somássemos  o  total  de  M/Quadrados  que  este  espaço  perfaz. 

Xunta  galega  não  faz  consideração  relativamente  à  qualidade  paisagista;  só  olha  à  quantificação-turística,  a  resultados  conferíveis  no  exercício  do  Jacobeu  2021-2022.  Contabilizar  número  de  visitantes  forma  parte  de  um  raciocínio  errado.     

 'DELARUA  Arquitectos',  gabinete  formado  por  Adolfo  Rodríguez  de  la  Rúa  Román,  Juan  A.  Aragonés  Martínez  e  Pablo  Álvarez  Feijóo,  cria-se  no  ano  2000  em  continuidade  com  a  finalização  da  reabilitação  do  Conjunto  Histórico-Artístico  da  vila  de  Allariz.  Segue-se  em  julho  de  2010  um  incêndio  no  'Santuário  dos  Remédios'  de  Ourense,  bem  focalizado  pela  intervenção  da  equipa  'DELARUA  Arquitectos',  que  faz  uma  abordagem  corajosa  na  calcinada  abóbada  e  no  teito,  sublinhando  a  necessidade    de  trabalho  arqueológico  (catas)  sob  o  nível  do  chão  por  forma  a  desenterrar  uma  capela  do  século  XVI  e  trazer  à  luz  outros  restos  romanos   e  medievais.  Esta  capela  tinha  problemas  de  humidades  e  inundações.  Com  estes  precedentes,  'DELARUA  Arquitectos',  empresa  sediada  em  Ourense,  faz  com  que  a  Xunta  'abra  o  olho'  entrando  na  dinâmica  da  licitação  dos  957.477,00  €  de  Oseira. 

  


 

 Prevalência  de  critérios  turísticos  está  a  ganhar  terreno  em  tudo  quanto  é  sítio;  Jacobeu  está  na  moda  e  todos  alinharam  pelos  ditados  impostos  pelo  Feijoismo  agora  que  deixa  a  Galiza.  Existe  em  Oseira  o  perigo  de  massificação  tangível,  pouco  refletida,  na  tresloucada  cabeça  dos  mais.  Adolfo  Rodríguez  de  la  Rúa  Román  expõe  razões  interessantes  quanto  ao  modelo  de  poupança  energética  da  pousada  toda  (climatização  e  produção  de  água  quente/  redução  de  gases  com  efeito  invernadeiro  do  50%/  ventilação  mecânica  com  recuperadores  de  calor)  mas  os  interesses  específicos  derivados  da   LPCG  de  2016  estão  aí,  uma  lei  neo-liberal,  tijoleira  até  a  fartura,  causante  do  permanente  mal  entendido  que  provoca  nos  bens  culturais  o  sobrecarregamento  turístico.  Como  dado  salientável,  falamos  calmamente  com  o  Superior  de  Oseira,  D.  Enrique  Trigueros,  sobre  a  pousada,  quem  aceitava  confuso  a  interlocução  e  o  nosso  raciocínio.    

(Continuará)  

 Artigo precedente.

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