19 de abr. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(200ª parte)


Jambas e arquivoltas em Paderne. 'Caminho Minhoto Ribeiro'


ENCONTROS  POLIORCÉTICOS  / Oia

 Uma  imprensa  olívica,  parcialista  e  enviesada,  que  não  aceita  o  princípio  do  contraditório,  voltou  com  força  dias  passados  para  lançar  'mentiras  da  grossa'  a  propósito  da  'Fundación  Mercantil  Real  Mosteiro  de  Oia'.  Em  primeiro  lugar,  a  fundação  não  precisava  de  convite  nenhum  para  dar  uma  palestra  em  Alcobaça,  indo  como  vai  o  resto  em  qualidade  de  ponentes,  de  conferencistas.  De  facto,  o  interesse  desse  nutrido  grupo  de  ouvintes  radicava  em  questões  que  nada  tinham  a  ver  com  uma  urbanização  (nos  tempos  vindouros,  ver-se-á  a  verdadeira  complexidade  do  fenómeno  oiense).  'Fundação  Real  Mosteiro  de  Oia'  pertence  à  'Charte  Européenne  des  Abbayes  et  Sites  Cisterciens'  e  portanto  não  se  tratava  este  'IV  Encontro  Internacional  de  Abadias  Cistercienses'  de  um  qualquer  Debute  Social  da  'RMO'  com  toda  a  pompa  e  circunstância,  nem  coisa  que  se  lhe  pareça.  No  entanto,  a  imprensa  de  Vigo  titulava  assim  o  evento:  'El  Monasterio  de  Oia  sale  a  la  conquista  de  Europa'  (!?!?)  ou  'El  Mosteiro  de  Oia  reanuda  con  fuerza  su  participación  en  Europa'  (!?!?).  Este  proceder  não  é  casual,  como  não  são  casuais  determinados  'tics'  dos  mais  interessados  em  concretizar  esse  disparate  chamado  Oia.  Outras  inexactidões  vertiam-se  no  papel:  'El  Cenobio  participa  en  un  foro  internacional  al  que  están  convocados  las  principales  abadías  cistercienses  de  todo  el  continente'  (sic).  Sensacionalismo  evidente  fede  a  artimanha.    

 Exprimíamos  no  'Rexisto  do  Edificio  Administrativo  de  Ourense',  com  data  de  08/ 06/ 2021, a  nossa  preocupação  pelo  evoluir  da  'RMO'  relativamente  a  várias  questões,  resumidas  num  comportamento  que  entrava  em  rota  de  colisão  com  os  artigos  1°  e  3°  da  'Carta  de  Valores'  da  própia  CHARTE.  Este  suposto  cobra  novo  valor  e  atualidade  se  conferirmos  aquilo  que  pretende  'RMO'  como  é  realizar  uma  transformação  urbana  apartir  de  um  mosteiro.  Não  referem  em  lado  nenhum  a  simples  reabilitação  de  um  BIC,  como  estipulam  os  convênios  e  cartas  internacionais.  Se  a  isso  somarmos  o  Decreto  93/ 2017,  de  14  de  setembro,  sobre  os  Conselhos  Territoriais  de  Património  Cultural  (controlo  e  discricionariedade  política  do  feijoismo)  temos  um  puzzle   quase  que  completo.  Temos  enviado  a  Alcobaça  o  plano  de  obras  da  futura  urbanização  (que  não  reabilitação)  expondo  as  falhas  basilares  de  tal  projeto  (altimetria; adensamento;  acréscimos;  falso  parque  central;  questão  arqueológica,  pormenor  este  bem  importante). 

    



 Eis  uma  passagem  como  esta:  'Su  director  general, Xoán  Martínez,  explicó    ante  un  nutrido  y  variado  público  de  más  de  seis  nacionalidades el  desafío  que  supone  explicar  la  sostenibilidad  en  todas  sus  vertientes  al  patrimonio  y  en  concreto  en  el  caso  de  Oia'.  Obviamente,  um  encontro  internacional  do  Císter  acarreta  uma  presença  plural  de  palestrantes  que,  por  vezes, criam  verdadeiros  rebuliços,  discussões  e  azedas  posições.  Pôr  em  causa  o  caráter  especulativo  deste  projeto  suporá  reaver  a  protelada  situação  hidraúlica  deste  mosteiro.  Ter  bons  amigos  na  classe  empresarial  de  Vigo  cria  este  exagero  programado,  'andar  en  la  pomada',  'ser  um  monicreque  do  feijoismo'  é  que  está  a  dar.  'RMO'  procurava  uma  benção  encenada  do  mundo  cisterciense,  vamos  ver  em  que  fica.  Igualmente,  informativos  digitais  repetiam  em  Oia  ou  A  Guarda  a  vergonhosa  ladainha,  menosprezando  um  mínimo  contraditório.   

 Artigo precedente. 

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