PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(200ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Uma imprensa olívica, parcialista e enviesada, que não aceita o princípio do contraditório, voltou com força dias passados para lançar 'mentiras da grossa' a propósito da 'Fundación Mercantil Real Mosteiro de Oia'. Em primeiro lugar, a fundação não precisava de convite nenhum para dar uma palestra em Alcobaça, indo como vai o resto em qualidade de ponentes, de conferencistas. De facto, o interesse desse nutrido grupo de ouvintes radicava em questões que nada tinham a ver com uma urbanização (nos tempos vindouros, ver-se-á a verdadeira complexidade do fenómeno oiense). 'Fundação Real Mosteiro de Oia' pertence à 'Charte Européenne des Abbayes et Sites Cisterciens' e portanto não se tratava este 'IV Encontro Internacional de Abadias Cistercienses' de um qualquer Debute Social da 'RMO' com toda a pompa e circunstância, nem coisa que se lhe pareça. No entanto, a imprensa de Vigo titulava assim o evento: 'El Monasterio de Oia sale a la conquista de Europa' (!?!?) ou 'El Mosteiro de Oia reanuda con fuerza su participación en Europa' (!?!?). Este proceder não é casual, como não são casuais determinados 'tics' dos mais interessados em concretizar esse disparate chamado Oia. Outras inexactidões vertiam-se no papel: 'El Cenobio participa en un foro internacional al que están convocados las principales abadías cistercienses de todo el continente' (sic). Sensacionalismo evidente fede a artimanha.
Exprimíamos no 'Rexisto do Edificio Administrativo de Ourense', com data de 08/ 06/ 2021, a nossa preocupação pelo evoluir da 'RMO' relativamente a várias questões, resumidas num comportamento que entrava em rota de colisão com os artigos 1° e 3° da 'Carta de Valores' da própia CHARTE. Este suposto cobra novo valor e atualidade se conferirmos aquilo que pretende 'RMO' como é realizar uma transformação urbana apartir de um mosteiro. Não referem em lado nenhum a simples reabilitação de um BIC, como estipulam os convênios e cartas internacionais. Se a isso somarmos o Decreto 93/ 2017, de 14 de setembro, sobre os Conselhos Territoriais de Património Cultural (controlo e discricionariedade política do feijoismo) temos um puzzle quase que completo. Temos enviado a Alcobaça o plano de obras da futura urbanização (que não reabilitação) expondo as falhas basilares de tal projeto (altimetria; adensamento; acréscimos; falso parque central; questão arqueológica, pormenor este bem importante).
Eis uma passagem como esta: 'Su director general, Xoán Martínez, explicó ante un nutrido y variado público de más de seis nacionalidades el desafío que supone explicar la sostenibilidad en todas sus vertientes al patrimonio y en concreto en el caso de Oia'. Obviamente, um encontro internacional do Císter acarreta uma presença plural de palestrantes que, por vezes, criam verdadeiros rebuliços, discussões e azedas posições. Pôr em causa o caráter especulativo deste projeto suporá reaver a protelada situação hidraúlica deste mosteiro. Ter bons amigos na classe empresarial de Vigo cria este exagero programado, 'andar en la pomada', 'ser um monicreque do feijoismo' é que está a dar. 'RMO' procurava uma benção encenada do mundo cisterciense, vamos ver em que fica. Igualmente, informativos digitais repetiam em Oia ou A Guarda a vergonhosa ladainha, menosprezando um mínimo contraditório.
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