29 de xul. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 

(161ª parte)   


Caminho de Torres: Fortaleza da Conceição de Osuna, Salamanca

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia 

 Qual  será  a  data  da  "feitura"  do  caminho  falso  pela  Guarda,  aquando  se  pôs  em  funcionamento,  em  1995,  o  'ferryboat'  por  acaso?  Sem  pejo  nenhum,  a  consignatária  que  trata  da  negociata  urbanizadora  em  Oia  institui  um  caminho  "monacal"  que  deita  por  terra  qualquer  afiguramento  cabal  destes  senhores.  É  preciso  ter  muita  lata  e  descaramento  para  tentar  concretizar  a  NEGAÇÃO  DO  CARÁTER  MONACAL  DOS  CAMINHOS  PARA  SANTIAGO,  DE  TODOS  OS  CAMINHOS.  Façam  o  dito  percurso  de  livre  escolha,  mas  não  lhe  chamem  caminho  português  da  costa.  Entretanto,  novas  certificações  aparecem  em  Portugal  de  molde  a  patentear  a  sua  pertença  aos  verdadeiros  caminhos  portugueses.    

 Vamos  falar  do  CAMINHO  MINHOTO  RIBEIRO,  constando  dele  três  entradas  desde  Portugal.  Tem  um  caminho  principal  desde  Braga,  passando  por  Vilaverde,  Ponte  da  Barca,  Arcos  de  Valdevez,  Monção  e  Melgaço,  atravessando  os  paços  dos  concelhos de  Padrenda,  Pontedeva,  Cortegada,  Arnoia,  Castrelo  de  Miño,  Ribadavia,  Beade,  Leiro,  O  Carballiño,  Boborás,  Beariz,  Forcarei,  A  Estrada,  Vedra,  Boqueixón  e  Santiago.  Ou  seja,  no  mínimo  um  convento  de  dominicos  em  Ribadavia  e  um  mosteiro  em  Leiro,  de  San  Clodio.  Caminho  portanto  MONACAL. 



     

 Um  outro  percurso  será:  Braga,  Ponte  da  Barca  para  a  Baixa  Limia:  Lobios,  Entrimo,  Castro  Laboreiro  e  Padrenda,  onde  unir-se-á  com  o  antedito  caminho  principal.  A  terceira  entrada  desde  Portugal  será  desde  as  Terras  de  Bouro  até  os  arredores  de  Lobios  indo  para  Entrimo,  Castro  Laboreiro  e  Padrenda,  onde  unir-se-á  igualmente  ao  caminho  principal.  20  anos  de  continuada  pesquisa  da  parte  do  professor  Cástor  Pérez  Casal  e  de  muitas  outras  pessoas  abonam  a  idea  da  necessidade  de  fazer  jacobea  esta  rota.  Contudo,  seria  preciso  dar  maior  atenção  às  indicações  dadas  pelo  insigne  arqueólogo  Carlos  Alberto  Brochado  de  Almeida  relativamente  aos  multifacetados  caminhos  que  se  criam,  através  de  pontes  ou  calçadas  romanas,  no  Entre-Douro  e  Minho.    

 Mais  um  caminho  português:  'CAMINHO  DOS  ARRIEIROS  E  DA  JEIRA  ROMANA',  com  percurso  similar: 1)  Braga- Caldelas; 2)  Caldelas-Campo  de  Gerês;  3)  Campo  de  Gerês-Lobios;  4)  Lobios-Castro  Laboreiro;  5)  Castro  Laboreiro-Cortegada;  6)  Cortegada-Berán;  7)  Berán- Beariz;  8)  Beariz- Codeseda;  9)  Codeseda- Pontevea;  10)  Pontevea- Santiago.    




 Tratemos  igualmente  de  mais  um  caminho  português  para  Santiago,  cujos  conteúdos  poliorcéticos  são  significativos:  CAMINHO  DE  TORRES  (decorrente  da  alusão  ao  Diego  de  Torres  Villarroel).  Com  570  quilómetros  de  caminhada  atravessa  as  mais  díspares  terras,  sendo  que  o  início  começa  em  Salamanca,  passando  por  Robliza  de  Cojos,  San  Muñoz  e  Alba  de  Yeltes,  chegando  às  prazas  de  poliórcese  vária  como  Ciudad  Rodrigo  (  praza  abaluartada  ou  redutos  de  assédio  ),  Gallegos  de  Argañan,  Almeida  ('Estrela  da  Beira'),  Pinhel   ou  Trancoso  (neurobalística  medieva),  continuando  por  Sernancelhe,  Moimenta  da  Beira,  Lamego,  Mesão  Frio,  Amarante,  Guimarães,  Braga,  Ponte  de  Lima,  Rubiães,  Tui,  Redondela  e...Santiago.  Ou  não  fosse  eu  um  caminho  português,  dir-se-ía  !    

 Sinal  disto  tudo  será  a  capacidade  que  os  Caminhos  Portugueses  têm  para  o  ENTRONCAMENTO,  a  BIFURCAÇÃO,  a  MISTURA,  o  TRANÇAMENTO  e  a  CAPTAÇÃO  de  peregrinos  da  Via  da  Prata.  Também  o  EMBARQUE  DE  PEREGRINOS  para  Santiago  em  Aveiro,  Porto  ou  Viana  de  Castelo.  Os  Caminhos  Portugueses  para  Santiago  são  roteiros  bem  antigos,  expressão  nacional  e  tradicional  que  pouco  terá  a  ver  com  essa  estapafúrdia  turistificadora  e  anti-paisagem  vinda  de  Vigo.  

(Continuará)  

Artigo precedente.

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