PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(161ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Qual será a data da "feitura" do caminho falso pela Guarda, aquando se pôs em funcionamento, em 1995, o 'ferryboat' por acaso? Sem pejo nenhum, a consignatária que trata da negociata urbanizadora em Oia institui um caminho "monacal" que deita por terra qualquer afiguramento cabal destes senhores. É preciso ter muita lata e descaramento para tentar concretizar a NEGAÇÃO DO CARÁTER MONACAL DOS CAMINHOS PARA SANTIAGO, DE TODOS OS CAMINHOS. Façam o dito percurso de livre escolha, mas não lhe chamem caminho português da costa. Entretanto, novas certificações aparecem em Portugal de molde a patentear a sua pertença aos verdadeiros caminhos portugueses.
Vamos falar do CAMINHO MINHOTO RIBEIRO, constando dele três entradas desde Portugal. Tem um caminho principal desde Braga, passando por Vilaverde, Ponte da Barca, Arcos de Valdevez, Monção e Melgaço, atravessando os paços dos concelhos de Padrenda, Pontedeva, Cortegada, Arnoia, Castrelo de Miño, Ribadavia, Beade, Leiro, O Carballiño, Boborás, Beariz, Forcarei, A Estrada, Vedra, Boqueixón e Santiago. Ou seja, no mínimo um convento de dominicos em Ribadavia e um mosteiro em Leiro, de San Clodio. Caminho portanto MONACAL.
Um outro percurso será: Braga, Ponte da Barca para a Baixa Limia: Lobios, Entrimo, Castro Laboreiro e Padrenda, onde unir-se-á com o antedito caminho principal. A terceira entrada desde Portugal será desde as Terras de Bouro até os arredores de Lobios indo para Entrimo, Castro Laboreiro e Padrenda, onde unir-se-á igualmente ao caminho principal. 20 anos de continuada pesquisa da parte do professor Cástor Pérez Casal e de muitas outras pessoas abonam a idea da necessidade de fazer jacobea esta rota. Contudo, seria preciso dar maior atenção às indicações dadas pelo insigne arqueólogo Carlos Alberto Brochado de Almeida relativamente aos multifacetados caminhos que se criam, através de pontes ou calçadas romanas, no Entre-Douro e Minho.
Mais um caminho português: 'CAMINHO DOS ARRIEIROS E DA JEIRA ROMANA', com percurso similar: 1) Braga- Caldelas; 2) Caldelas-Campo de Gerês; 3) Campo de Gerês-Lobios; 4) Lobios-Castro Laboreiro; 5) Castro Laboreiro-Cortegada; 6) Cortegada-Berán; 7) Berán- Beariz; 8) Beariz- Codeseda; 9) Codeseda- Pontevea; 10) Pontevea- Santiago.
Tratemos igualmente de mais um caminho português para Santiago, cujos conteúdos poliorcéticos são significativos: CAMINHO DE TORRES (decorrente da alusão ao Diego de Torres Villarroel). Com 570 quilómetros de caminhada atravessa as mais díspares terras, sendo que o início começa em Salamanca, passando por Robliza de Cojos, San Muñoz e Alba de Yeltes, chegando às prazas de poliórcese vária como Ciudad Rodrigo ( praza abaluartada ou redutos de assédio ), Gallegos de Argañan, Almeida ('Estrela da Beira'), Pinhel ou Trancoso (neurobalística medieva), continuando por Sernancelhe, Moimenta da Beira, Lamego, Mesão Frio, Amarante, Guimarães, Braga, Ponte de Lima, Rubiães, Tui, Redondela e...Santiago. Ou não fosse eu um caminho português, dir-se-ía !
Sinal disto tudo será a capacidade que os Caminhos Portugueses têm para o ENTRONCAMENTO, a BIFURCAÇÃO, a MISTURA, o TRANÇAMENTO e a CAPTAÇÃO de peregrinos da Via da Prata. Também o EMBARQUE DE PEREGRINOS para Santiago em Aveiro, Porto ou Viana de Castelo. Os Caminhos Portugueses para Santiago são roteiros bem antigos, expressão nacional e tradicional que pouco terá a ver com essa estapafúrdia turistificadora e anti-paisagem vinda de Vigo.
(Continuará)
Ningún comentario:
Publicar un comentario