24 de xul. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia 

(160ª parte) 


 
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 "Sinalização  do  'Caminho  Português  da  Costa'  foi  iniciada  há  20  anos  pela  Associação,  que  considera  não  ter  lógica  a  ambiguidade  existente;  não  nos  importa  o  facto  de  existir  essa  variante,  não  lhe  poderá  é  chamar  'Caminho  Português  da  Costa'.  A  correção  desse  erro  traria  maior  rigor  ao  percurso;  não  fica  bem  que  o  'Xacobeo  S. A.'  esteja  a  fazer  a  promoção  de  um  caminho  que  não  tem  fundamento  histórico.  Não  é  só  a  Associação  que  se  sente  defraudada,  mas  todos  os  peregrinos  que  percorrem  o  Caminho  por  Valença  e,  inclusivamente,  muitos  espanhóis  que  têm  conhecimento  que  a  etapa  de  A  Guarda  é  uma  invenção". 
   
 Cabe  assim  colocar  algumas  perguntas:    

 ● Quém  alcunhou  a  falsa  vía  de  caminho  "monacal"  para  Oia?  Por  acaso  não  são  os  diferentes  caminhos  também  monacais?  (Entre  outros, Lourenzá  e  Sobrado,  no  Caminho  do  Norte/  Samos  e  Sarria,  no  Caminho  Francês/  Ribadavia  e  San  Clodio,  no  Caminho  Minhoto  Ribeiro/  Oseira  e  Dozón,  no  Caminho  Português  do  Interior/  Allariz  e  Xunqueira  de  Ambía,  na  Via  da  Prata,  etc.. (ficam  no  tinteiro  mais  exemplos  sobejos  disso).  

 ● 'RMO'  cauterizou  opinião  pública  de  molde  a  criar  um  pensamento  único,  sem  debate,  onde  os  'mass  media'  tomaram  as  rédeas  da  unidirecionalidade.  Na  realidade,  'RMO'  se  fez  juiz  e  parte  no  assunto,  assumindo  uma  centralidade  que  condena  aos  cidadãos  à  real  subsidiaridade,  por  forma  a  ficarem  como  cambada  de  pacóvios,  como  atores  sem  cenário  que  possam  chamar  próprio.  É  essa  a  verdade,  mesmo  importunando,  desgraçadamente.  'RMO'  baralhou  tudo  e  todos;  escolhendo  públicos-alvo  (casais  novos  com  crianças)  despudoradamente  para  fazer  ao  invés  um  roteiro.  NA  PEREGRINAGEM  REAL  NÃO  HÁ  CABIMENTO  PARA  ESTES  EXPERIMENTOS,  SAIBAM  DE  VEZ.  

 ● Pano  de  fundo  está  no  mal  chamado  'potencial  económico  do  Património',  que  não  passa  de  uma  desculpa  esfarrapada  para  levar  à  frente  uma  negociata  urbanística  exponencial  numa  paisagem  ainda  por  destruir  (sic).  Esse  constitui  o  verdadeiro  'ônus  da  prova'.  Aliás,  um  outro  'ônus'  será  o  nojento  recurso  à  bajulação,  que  já  fede.  Deixem  de  ensaboar  às  pessoas,  de  lisonjeá-las  conforme  prévio  estudo  de  marketing.    




 "O  que  a  Associação  pretende  é  que  o  'Xacobeo  S.L.'  valide  como  'Caminho  Português  da  Costa'  o  percurso  por  Valença  e  que  chame  à  etapa  de  A  Guarda  uma  variante,  porque  assim  é  que  está  correto".  Barbosa  insiste  no  trabalho  de  rigor  histórico,  com  apoio  de  pessoas  especializadas  que  identificaram  tal  percurso.  Atualmente  existem  uma  panóplia  de  caminhos  para  Santiago;  no  mínimo  são  três:  Caminho  Central  Português,  Caminho  Português  da  Costa  e  Caminho  do  Interior.  Mas,  com  certeza,  há  muitos  mais.  Procurem  roteiros  de  acordo  e  reencontro  porque  está  nas  maõs  de  todos,  apesar  das  toscas  manobras  locais  e  políticas.  Torna-se  evidente  que  está  a  primar  um  localismo  carregado  de  apoiantes  que  pouco   ou  nada  têm  a  ver  com  a  vila  da  Guarda  (e  sim  muito  a  ver  com  clientelas  vindas  de  Vigo).  Relação  de  subserviência  da  classe  política  baixo-minhota  relativamente  aos  vindos  da  olívica  é  já  um  facto.     




 'Agência  Lusa',  entretanto,  enviou  um  pedido  de  esclarecimento  à  Comissária-delegado  do  Plano  Jacobeu  2021,  Cecília  Pereira  Marimón,  até  agora  sem  resposta.  'Xacobeo  S.A.'  é  uma  entidade  pública  sob  a  tutela  de  'Axencia  Galega  de  Turismo'  que  gere  os  serviços  comuns  da  rede  pública  de  albergues  e  do  resto  do  seu  património  social,  as  relações  com  as  'Associacões  de  Amigos  do  Caminho  de  Santiago',  bem   como  o  planeamento,  programação  e  execução  das  ações  de  promoção  e  organização  dos  atos  a  desenvolver.  Vamos  referir,  que  remédio,  as  futuras  certificações  a  conferir  da  parte  do  'Caminho  Minhoto  Ribeiro',  'Caminho  Português  de  Santiago  na  Península  de  Setúbal'  bem  como  a  'AACS'  do  Barbosa.  'Turismo  do  Porto  e  Norte  de  Portugal'  (TPNP),  cujo  presidente  é  Luis  Pedro  Martins,  faz  uma  aposta  decidida  para  serem  concretizadas.   

(Continuará)  

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