PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(159ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
'Associação dos Amigos dos Caminhos Santiago de Viana do Castelo', tal como reza o manchete, acusou ontem Galiza (ao Consello Xacobeo 21-22) terça-feira día 20 de julho, de promover um percurso do intitulado 'Camiño Portugués pola Costa', pela vila de A Guarda, que não tem fundamento histórico, visando apenas interesses turísticos. Até que, enfim, alguém expor uma verdade bombástica! O seu porta-voz, Alberto Barbosa, disse que Espanha não estava a pensar no Caminho de Santiago na globalidade, como caminho europeu e sim apenas pensar no seu território. Não são, com efeito, afirmações peregrinas vindas de uma qualquer gratuitidade ou ganância, mas sim da denúncia da mais clamorosa das deslealdades. Assunto vem de longe e tem migalha; nele estão envolvidos pessoas e corporações várias unidas em redor de um 'corpus' diferencial que, no mínimo, segrega há mais de 70 anos versões históricas díspares, lusas e galegas, no assunto que nos ocupa. Debate contém ingredientes encontrados; particularmente, será digna de salientar a raspaneta que levou algúm interviniente galego naquele 'V Congresso Internacional dos Caminhos de Santiago', celebrado na cidade de Penafiel nos días 26, 27 e 28 de setembro de 2008, no que o exímio professor D. Carlos Alberto Brochado de Almeida fez revisão de desavenças ainda pendentes na definição de caminhos medievais, pontes e calçadas romanas para Santiago ou nessa direção. Ao que parece, nada está a mudar alguns comportamentos.
Já trataremos dos trabalhos de Humberto Carlos Baquero Moreno, dos contributos de assinaláveis autores (e descontributos, descaso de outros) que citar-se-ão em futuros artigos; já falar-se-á de uma dissertação basilar e histórica do professor Carlos Alberto Ferreira de Almeida na FLUP portuense (1968), sobre 'Vias Medievais. Entre Douro e Minho' e da absoluta validez, prematura e útil, dos caminhos portugueses para Compostela.
Alberto Barbosa revela que o ' Xacobeo S.A.', que gere esse 'Camino Portugués pola Costa', está a indicar sem mesura que o percurso entra na vila de A Guarda através de um serviço de 'ferryboat' da responsabilidade dos portugueses (e que conta com a impotência e desentendimento de todos os poderes cá presentes, particularmente na questão de assoreamentos, dragagens e drenagens, sendo assim que o problema dá com alguma coisa em pantanas desde o ano de 1995). Mesmo certificado o caminho, com sinalética e carimbo do lado português, tem que se provar uma realidade anterior a esse 1995 de infortúnio: deixem-se de tretas, o nosso caminho costeiro é apontado por orla marítima a partir do Porto, passando pelos atuais concelhos de Matosinhos, Maia, Vila do Conde, Póvoa de Varzim, Esposende, Viana do Castelo, Caminha, Vila Nova de Cerveira e Valença; tem todo o referendo quer da Vía da Prata espanhola e sulista a ligar com Portugal, quer toda e qualquer ligação com roteiros marinhos internacionais desde Aveiro, Porto ou Viana do Castelo. Resolvam esta encrenca, dado serem afetadas muitas pessoas que já se acostumaram à falsa publicidade. Se calhar, peregrinos de gema e essência saberão no futuro qualificar a operação em curso. É claro que esse caminho falso gera mais-valências para uns poucos e confusão para todos.
Diz também o Barbosa: "Não conheço nenhum outro ponto do caminho em que aconteça esta ambiguidade. Ou é num lado, ou é por outro. O importante é definir o que é o Caminho Português da Costa e o que poderá ser uma variante", frisou. "Através de A Guarda o peregrino leva mais um día para chegar a Santiago de Compostela" e está "a retirar da rota definitiva como Caminho Português da Costa cerca do 70% dos peregrinos". "Como Espanha indica aquele percurso, os responsáveis internacionais pela elaboração de guias turísticos indicam que na Galiza o caminho começa em A Guarda",..., aumentou um erro.
(Continuará)
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