PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(150ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
● Ao que parece, põe-se de parte o Grande Claustro, mais ao leste e de abrangência maior (2.250 m2), como local não visitável. Do século XVI, colmata o seu enformado estilístivo no XVIII (curvas chapadas e perfiladas na interrupção dos entrepanos, fenestrações nas duas alturas, intimismo do seu cemitério-jardim) Marca de seu um perímetro monacal tangível e visível além-vila, particular que não se dá no atribulado mosteiro oiense.
● Falar da Sala Capitular e da Cozinha é estabelecer diferendos também tangíveis entre esse románico de plementerias nuas, ingénuas e mais puras, ou uma Sala Capitular bem mais elegante nas nervaturas desprovidas dos elementos constituintes. Particularmente, a essência é igual, mas os elementos avisam-nos das unidades básicas que enlaçam tudo (ligando com isto , fazer menção da abóbada plana do coro de Oseira, onde a força de gravidade luta com plementeria perpendicularizada relativamente ao chão). De salientar, a capela de Maria Madalena, ou de São João Baptista, como local de referências típicas cistercienses (arcos apuntados, três sarcófagos, mesura lumínica, austeridade).
● A história começa por Calixto II, tio de Alfonso VII, quem pediu ao seu amigo Bernard de Clarvaux estabelecer uma fundação cisterciense em Sobrado. A origem deste cenóbio duplo está no século X, com comunidades masculina e feminina. Datas importantes serão esse 1142, em que vêm monges de França, tal como vieram no ano de 1966 uma comunidade cisterciense pequena da abadia de Viaceli, em Cobreces (Santander), mediando através dos séculos importantes eventos: adesão à Congregação Cisterciense de Castela (1498), ampliação e reformas (1600- 1700), Real Odem de supressão do mosteiro (1834) e volta ao restauro (1954).
● Mencionar professor e catedrático D. Juan José Martín González (1923-2009), da Universidade de Valladolid, é falar do 'MESTRE DE SOBRADO', vulto da escultura seguidora do francês, nome castelhanizado, Juan de Juni (Jean de Joigny, 1506-1577). Surpreendentemente, encontram-se obras dele em vários locais ourensans. Peças escultóricas que devia era serem custodiadas a sete chaves estão expostas demais em igrejas alvo de gatunos profissionais, muitos deles vindos do estrangeiro. Assim sendo, no lugar de Banga, concelho de O Carballiño, encontramos quatro peças do chamado 'Mestre de Sobrado' nitidamente definidas por uma forma de tratar a anatomia, a disposição dos corpos, a expressão patética e uma aparência rude que só provoca admiração final entre os partícipes da arte observada. 'Mestre de Sobrado' é internacionalizado por Martín González, um dos maiores especialistas em escultura barroca espanhola, autor de um Manual da Arte sobejamente conhecido, que foi substituindo aos poucos e poucos esse outro manual de Diego Angulo Íñiguez. A tal ponto chegou a sua ascensão profissional que chegara substituir José María de Azcárate em Santiago de Compostela (1959), sendo que a sua passagem pela Laguna, Santiago, Coimbra e Valladolid lhe faz académico das Belas Artes de todo o lado. Finalmente, se lhe impôs 'Doutor Honoris Causa' pela Universidade de Coimbra, nomeação imposta em Valladolid por causa do seu delicado estado de saude. Era uma pessoa singela e disciplinada que soube criar seguidores de enorme talha.
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