5 de xan. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia

(123ª parte) 

 

              Chafariz com brasão da ordem beneditina no mosteiro de Rendufe, Amares (Portugal)
 

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 Informe  redigido  pelo  Conselho  da  Cultura  Galega  (CCG)  foi  apresentado  no  mês  de  março  de  2018.  Nele  expunham-se  determinados  sintomas  passados  e  presentes  (queda  de  investimento  público  desde  2009,  necessidade  de  atingir  até  o  1%  da  despesa  cultural  da  Xunta  em  2021  a  partir  desse  atual  0,65%, assintonia  e  fragmentação  entre  o  discurso  "oficial"  e  a  emergência  de  grupos  de  defesa  do  Património,  situação  por  setores  culturais,  etc..).  Este  informe  com  o  título  "Diagnose  da  Cultura  Galega.  Dados  para  unha  Estratégia  Cultural  no  Século  XXI"  exprimia  a  confusão  em  que  andam  mergulhados  muitos  gestores  ou  atores  culturais,  dentro  e  fora  das  administrações,  cientes  sem  dúvida  de  que  tal  "esquema"  favorece  uns  determinados  interesses  que,  tarde  ou  cedo,  irão  bater  na  porta   do  senhor  Feijóo.  

 


 

 "Os  problemas  começam  pelas  limitações  da  própria  administração  autonómica.  Não  há  uma  política  integral  nem  ativa,  antes  bem  reativa.  Está  sufocada  pelos  expedientes  e  pelas  petições  relativas  à  Lei  do  Património  Cultural  de  Galiza.  Além  do  mais,  conta  com  poucos  recursos  e  não  tem  capacidade  de  resposta  alguma  face  à  transbordante  urgência  da  realidade  patrimonial  galega.  Da  sua  vez,  esta  política  reativa  provoca  que  a  gestão  patrimonial  seja  percebida  pela  sociedade  civil  de  maneira  negativa,  como  um  perigo,  por  exemplo,  concretizar  uma  ação  no  património  (reformas,  conservação,  etc.)  por  medo  de  uma  sanção  da  Administração.  Nos  últimos  anos  têm  vindo  a  desenvolver-se  leis  diferentes  que  afetam  ao  património  galego  nas  suas  diferentes  figuras  e  escalas,  como  no  caso  da  própria  lei  de  património  cultural,  que  está-se  a  revisar  e  mudar  através  de  novas  leis  setoriais.  O  quadro  jurídico  da  proteção  do  património  deve  se  estabelecer  e  se  manter,  sem  que  possa  modificar-se  de  maneira  constante  desde  outras  normativas  setoriais  (indústria,  vivenda,  energia,  etc.).  A  quem  lhe  corresponde  definí-lo  é  à  administração  do  património  cultural,  devendo  ser  um  quadro  estável  respeitado  pelas  outras  administrações".  Belo  achado  ! Já  não  era  sem  tempo  podermos  conferir  estes  textos  !  Ainda  bem  que  o  CCG  aproveita  o  momento  para  colocar  questões  e  dúvidas!  Quantas  trafulhices  não  haverá  em  qualquer  administração  por  forma  a  mudar  o  sentido  e  a  natureza  das  decisões  primigénias?  Leis  setoriais  são  o  cancro  do  património  cultural  galego  visto  que  sistematicamente  (também  o  fez  PS de G…)  deturpou-se  a  isenção  dos  bens  culturais.  Política  do  "pingo  a  pingo"  orçamental  adia  muitas  outras  coisas  e  outorga  margens  de  manobra  aos  cargos  políticos  indigitados  pela  Xunta  feijoista.  Invariavelmente,  entre  Diretores  Gerais,  Subdiretores  Gerais  e  Chefes  de  Área  há  uma  jura  de  honra  e  fidelidade  decorrente  da  livre  designação;  restantes  chefes  de  Serviço  ou  de  Seção  não  passam  de  "paus  mandados".  Com  isso  está  tudo  dito….  São  sobejamente  conhecidos  os  mecanismos  excluintes  e  de  auto-defesa  ensaiados  durante  as  últimas  legislaturas  pelo  executivo  autonómico  galego.  Infelizmente,  não  há  nada  de  novo  sob  o  sol,  de  maneira  que  seja  lógico  pensar  que  na  temática  de  Oia  os  comportamentos  de  uns  e  outros  estejam  atempadamente  traçados.  Era  bom  que  o  Conselho  da  Cultura  Galega  manifestasse  alguma  posição  relativamente  ao  mosteiro  de  Oia.  O  facto  de  não  existir  registo  oficial  disto  dá  para  matutar  as  nossas  suspeitas.  Máximo  orgão  de  assessoramento  e  consulta  devia  era  estar  a  par  e  passo  de  tudo  o  que  está  a  acontecer  na  "ACIGAL"  e  fora  dela. 

Artigo precedente.    

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