18 de out. de 2019

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia   
(57ª parte)



ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia     

 Novos "arruma-paisagens" querem escoar, dar saida a um produto pretensamente harmonizador que, de facto, consegue iludir muitas pessoas, embora passe por cima de normativas em vigor, vinculantes. Presentemente, toca a festejar esse forçado "Outono no mosteiro"... Estamos a falar do falso paisagismo, do paisagismo parasita (projetos ateliérizados,  citadinos, que põem em prática autênticos casamentos de conveniência com os bens culturais, com as pre-existências seculares). Esta fase descarada, teimosa da turistificação atua consoante uns tempos de desregularização geral das boas práticas, de mundialização de um turismo virado PESTE, da caracterização precisa, profilática do turismo intrusivo e não sustentável. DIZER QUE SE QUER FECHAR COM TRASLÚCIDOS UMA REALIDADE CLAUSTRAL SIGNIFICA REVALIDAR DUAS TOLICES: UMA, QUE OS MONGES VISIONARAM NOVECENTOS ANOS VOLVIDOS OS PEDRADOS ARGUMENTOS DA "RMO"; DOIS, QUE MENINA BARBARÁ TEVE NA ALTURA VARINHA MÁGICA PARA ESCLARECER TODAS AS DÚVIDAS QUANTO À SEMÂNTICA DO LÍQUIDO ELEMENTO. Um mosteiro a beira mar plantado não traduz thalassos nenhum senão na cabeça destes gajos da "RMO". E agora por sinal, vocês tem a lata de alcunhar REAL e RESIDENCIAL em simultâneo?     

 Asistimos agora, dentro de uma contracenação verdadeiramente pueril (aquela que lhes convém), a novas manifestações ligadas a palcos "culturais" surpresivos. Tudo vindo de Vigo, não esqueçam, advirá vera FUNGIZAÇÃO ou NARCOTIZAÇÃO DA POPULAÇÃO RECEITORA. Oienses ficaram alvo estratégico de uma ação unilateral, dirigista e calendarizada. Querem, aliás, ganhar uma batalha dita "cultural", de conteúdos absurdos, no intuito de que verdadeiro debate de Oia e o seu mosteiro fique na excentricidade, na desnecessidade. Esta fumaça, está tentativa de distorcer as opiniões isentas, forma parte de uma alargada operação de escamoteação na que participam atores vários. Trata-se de atolar qualquer e todo debate; trata-se de afogar as mentes e converter num pântano o contencioso oiense. Em troca, pretendem arregalar olhos próprios e alheios com eventos escapistas cujo objectivo será neutralizar a rebeldía dos que discordam desse projeto urbanizador da "RMO". Na realidade, estamos a tratar de um problema com temporalidades erradas: Nós estamos a PREDIZER E PROPOR bem antes do advento da desfeita paisagista; eles colocam futuríveis, apresentam planos prescindindo de um presente que outorga inegáveis vantagens relativas a essa paisagem. Invertindo a questão talvez saibamos centralizar o problema: deformação paisagista é decorrente de futuras obras de urbanizaçáo; não pode "RMO" virar do avesso esta questão. "RMO" criará  pseudo-paisagem com absoluta certeza. Aquilo que se está  cozinhando NUNCA SERÁ DO DOMÍNIO DA LÓGICA PATRIMONIALISTA NEM PAISAGISTA. Piscar de olhos entre futuros atores desta destruição (um solo, um chão precedente, equilibrado, que não tem dívidas com ninguém) é reveladora de sinistras cumplicidades e contratualismos, inimigos da tangibilidade e autenticidade da paisagem primigénia. "RMO" não faz senão dar viabilidade a projeto agressivo baseado num misto de Deus e o Diabo. Trançar alhos com bugalhos, fazer com que palavras de burros cheguem ao céu; é isso que pretendem. Se concelho de Oia e Xunta acabassem por dar o Ok ao projeto seria fundamentar, muito em primeiro lugar, a ascensão dos mediucos, a aldrabice normativa e a perceção de que o desacato forma parte do quotidiano galego.

Ningún comentario:

Publicar un comentario