31 de ago. de 2019

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia
(45ª parte)       



ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 Carta do Turismo Cultural do ICOMOS de 1999 faz uma abordagem na sua Introdução estruturada em três apartados: Espírito da Carta,  Interação dinâmica entre Turismo e Património Cultural e Objectivos da Carta. Esta, aliás, desenvolve 6 princípios:

1) Afirmação do papel do Património Cultural como atividade benéfica para as comunidades anfitriãs e visitantes desde que se desenvolva com adequados programas de interpretação que estimulem o entendimento do significado do património e das suas tradições e práticas culturais.         

2) Necessidade de assentar o turismo cultural sobre modelos de sustentabilidade dentro das políticas sociais, económicas, culturais e turísticas, acompanhado sempre da conservação da AUTENTICIDADE dos sítios do património. Obviamente, sítio cenobial de Oia é mosteiro e envolvente; tão simples quanto isso. Uma propriedade privada não pode desrespeitar a morfología original nem a dualidade primigénia baseada no binómio volume/espaço.                 

3) Planificação do turismo cultural como experiência positiva e gratificante para os visitantes.             

4) Necessidade de envolver às comunidades anfitriãs na planificação da conservação do património e na planificação do turismo.                        

5) Necessidade  de  que  a  atividade  turística  aporte  benefícios  à  comunidade  anfitriã.                              

6)  Exigência de que os programas de promoção do turismo protejam e exaltem as características do património natural e cultural. 

 Para esta Carta "(...) conceito de Património é amplo e inclue as SUAS ENVOLVENTES, quer naturais quer culturais" (ouviram bem, senhores da "Kaleidos"?. "ABRANGE AS PAISAGENS, OS SÍTIOS HISTÓRICOS, OS LOCAIS E ENVOLVENTES CONSTRUIDAS. Regista e expressa longos processos de evolução histórica, constituindo a essência das mais várias identidades nacionais, regionais, locais, indígenas, sendo parte integrante da vida moderna". Carta  do Turismo Cultural até dá um desconto às adversidades derivadas da própria prática turística aquando se apoia numa consideração positiva deste fenómeno, como intercâmbio cultural, como força positiva para a conservação da natureza e da cultura ou para a captação dos aspetos económicos do património, aproveitando-os para a sua conservação, gerando fundos,  educando à comunidade e influindo na sua política. É um fator essencial para muitas economías nacionais e regionais…DESDE QUE GERIDO ADEQUADAMENTE.    

 Realidade oiense não deverá entrar nesse quadro de expetativas, nessa Arcadia patrimonial. Carta do Turismo Cultural de 1999 é um documento sério a ter em conta. ICOMOS NÃO BRINCA EM SERVIÇO e está a ser informado do futuro disparate construtivo ao pé dum mosteiro.

Ningún comentario:

Publicar un comentario