PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(29ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Em simultâneo com a jornada eleitoral, atelié pontevedrense "Rodriguez + Pintos" tece uma interesseira informação pública no "Faro de Vigo" onde propõe a participação dos vizinhos na exposição pública do projeto "Kaleidos" para o Mosteiro de Oia e arredores, de molde a se pronunciarem, tal como as várias administrações. Quer dizer, antes das pessoas votarem já estão estes senhores a marcar o seu território, na presunção de que só eles têm a solução para un conflito que acabará por constituir uma agressão paisagista bem exponencial. Essa concomitância propositada dos proprietários tem marcado uma calendarização baseada em pôr de parte outras soluções que não fossem as próprias, aliás de jeito sistemático.
Agora, estes senhores querem vender a ideia dum "parque público com passeio fluvial" ao pé do ribeiro Lavandeira, fazendo cedência de 23.000 m2 para tal finalidade e sinalizando um caminho de 350 metros de comprimento. A intenção última é amortecer os efeitos negativos da construção de 35 quartos desse corpo anexado, composto de res-do-chão e semisotão, que fecha o Pátio dos Naranjos. Para isso, vejam só, "criam" um jardim de SUPLANTAÇÃO sobre a pre-existência, fazem realidade um dos palimpsestos elencados num anterior artigo onde dávamos conta dessa possibilidade. Fica assim comprometida a espacialidade primigénia en Zona de Proteção. Que sentido tem substituir espaços verdes de pre-existência e de antiga propriedade monacal por outros feitos ex-novo em Zona de Proteção ?
A perpetração tripla refere atentados patrimonial, urbanístico e paisagista quase sem dar por isso. Pedem aprovação dum plano urbanístico "específico", poseleitoral, que satisfaça as suas propostas descabidas e para isso põem de parte, e pusseram, qualquer autonomía municipal (Normas Subsidiárias de 1996/ tentativa de 23 de Julho de 2015). O pano de fundo disto tudo é poderem terraplanar obstáculos legais que se lhes apresentam. Aquando oferecem 23.000 m2, dos 57.000 m2 de que dispõem, perseguem falsos amortecimentos espaciais (bem cientes do dano paisagista que estão a causar). Portanto, R.M.O. visa PALIMPSESTAR a sua propriedade prescindindo da normativa que a todos obriga.
Complexo hoteleiro de 4 estrelas (35 a 38 quartos no 1° andar do mosteiro), mais outros 35 quartos a entupirem Pátio dos Naranjos; Centro de Talasoterápia; Salão de Banquetes; Cozinha e Zona de Serviços são "necessidades" do senhor Xoan Martínez e do Atelié Rodríguez + Pintos, mas de mais ninguém. Já, aludindo às 20 habitações de res-do-chão e dois andares com altura máxima de 10,5 metros, DIZER QUE SÃO AUTÊNTICOS PRÉDIOS, QUE NÃO SÃO CHALETS CONVENCIONAIS. Invocar que têm dimensionalidade similar às casas próximas é faltar à verdade. Vinte cubicidades aberrantes, padronizadas, embora maquilhadas, adensam essa envolvente, rompen com a unidade da paisagem (relativamente ao Arrabalde) a grande e pequena escala. As previsíveis vilas turísticas são verdadeiras bostas de vaca descontextualizadas.
Post Data: "Atelié Rodríguez + Pintos" fez aquele espaço do mal chamado Centro Interpretativo da Fortaleza de Santa Cruz.
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