PATRIMONIO
Os “tics” socialistas na questão patrimonial
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Em Oia quer se vender o produto sem sequer mostrá-lo. Assim, os socialistas optaram por tender uma “ponte de prata” ao inimigo, na percepção de que é preciso respeitar a propriedade privada (aludindo aos que, presumivelmente, não a respeitam). Nisto da semântica é que são mestres. No entanto, esquecem que a Expropiação Forçada antecede à propriedade mesma. Ainda por cima, no meio de nada, estão a dar prevalência ao atual proprietário. Isto é praxe comúm neles, tal como aconteceu na Guarda no passado. Os privados têm desvirtuado a envolvente da Fortaleza de Santa Cruz, não libertando terrenos, nem criando faixas espaciais garantistas. Outras falcatruadas têm também carimbo socialista e entraram em domínio público (Públic Domain, como se costuma dizer. A gestão patrimonial tem no momento presente uma orientação rentabilista e estreita, acorde com estrategias imediatistas ligadas à turistificação (seja esta qual for, não importa). O caso oiense é exponencial, um escândalo de bradar aos céus e um precedente perigosíssimo. As similitudes com A Guarda não são casualidade. Não tenham em conta o bem a focalizar, senão os resultados crematísticos… e, entretanto, deixaram-se ao “Deus dará” muitas outras expressões físicas do Património. Aliás, no caso de Oia lhes convém adiar, protelar, fazer uma oportuníssima mistela de tudo e mais alguma coisa para esgotar a crítica e o bom senso entre os vizinhos. Em Oia estão fartos do “caso Mosteiro” e isto é chave para os inimigos, os verdadeiras inimigos do Património. Os socialistas têm um grau de responsabilidade acrescido por transigir, por brincar com os “timings”, por permitir e até saudar as iniciativas “desbloqueadoras” do proprietário (incluídas as anexações de terras e truquinhos vários).
Houve um encontro em Oia com responsáveis de EN MAREA. Naturalmente, há uma colaboração que será redobrada no intuito de levar à rente moções de reprovação das políticas erradamente patrimonialistas no Baixo Minho. Os casos de Goián, Santa Cruz, Oia, são suficientes e revelam uma falha grave na própria conceição da gestão patrimonial. Que o representante do Grupo Mixto em Oia tenha por força que “puxar do carro” perante o desleixo de outros, diz tudo. Falamos de levar o assunto à UNESCO, de implicar ao próprio Ministério de Cultura espanhol, de valorizar de jeito a LPCG (Lei do Património Cultural de Galicia). Esta lei foi nenhumneada, posta de parte e virou madrasta. Focalize-se o problema de Oia como é devido, incidindo na LPCG. Apurem-se os conluios e os silêncios existentes na Deputação, inerentes à mais crua chicana política. Oia, como original unidade monacal e poliorcética, merece talvez um tratamento internacional. É simplesmente inacreditável que a Xunta esteja “prudentemente” calada.
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