Forte de São Roque, em Castelo de Vide
Forte de São Roque, em Castelo de Vide
ENCONTROS POLIORCETICOS
Vamos referir um posto militar, com coordenadas N 39º 24’ 53.88’’ e W 007º 27’ 6.66’’, que se corresponde com a planta dos “forts star” ou central, inserido na orografia geral onde implantam-se também o castelo e a cerca medievais, na localidade de Castelo de Vide. Baluartes e cortinas modernas envolvem da sua vez à vila exterior às muralhas medievas. Cortinas, tenalhas, redentes (S. João, de Paté, de Cabo da Aldeia), meios-baluartes (Cavalinhos / Cipresteiro / Loureiros ou Curral), às vezes interrompidos, formam junto do Baluarte das Figueiras e os arcos de Sta. Catarina ou a Porta Nova (cíte-se também o desaparecido Arco da Aramenha, este lindíssimo) uma panóplia murária defensiva próxima da praça de Marvão, a contrastar com o sistema estremenho espanhol. Este âmbito era por força adensado, dada a proximidade geográfica de Lisboa.
O Forte de São Roque acaba por fazer parte deste cinto local em Castelo de Vide. Foi erguido entre os anos de 1705 e 1710 da mão de Manuel Azevedo Fontes. Dispõe um Polígono Externo com 9.190 m2 quadrados de aparência quadrangular pura, mas medido com exactidão dá-nos uma forma em rombo, sendo que o seu Polígono Interno recolhe os 3.435 m2 quadrados. O perímetro faz os 482 m. e a sua superfície é de 6.000 m2 quadrados. Com cruze de diagonais diversa, de 130 metros entre Baluarte Oeste- Baluarte Leste e de 140 metros entre o Baluarte Norte e o Baluarte. Sul, ratifica uma planta não exactamente quadrada. Da mesma maneira, referindo o seu perímetro interno, de 234 metros de comprimento, temos que falar de lados regra geral similares (58 m./62 m./55 m./ 59 m.) se aplicarmos a vista de pássaro.
Os tiros flanqueados oscilavam na projeção entre os 50 metros, no Baluarte Oeste e Sul e os 67 metros, entre o Baluarte Norte e este. O forte ocupava uma posição defensiva virada para o Leste da vila, embora a sua planta central evidenciasse outra cousa ou a sua absorção física parcial pudesse falar de espaços mais restritos. Tem fossos a toda a volta, hoje barrados na sua superfície por croios, assim como uma ponte de 4 arcos que sustenta o acesso abase de corrimãos do lado Noroeste. O arco de entrada tem 2 salmeres, rinhões, contraclaves e 1 clave, para além de inscrições flanqueantes.
Os materiais empregues baseiam o seu aparelho na alvenaria, abase de granito e xisto acompanhados do uso do cal, assentados na rocha-mãe, patente ao longo dos muros. Há presença do tijolo burro, maciço, e as paredes são de forro externo, sem agentes perpendiculares ligantes ou de consolidação, com aplicação de pedra pequena. As guaritas são pentagonais nos corpos, como em Marvão, com lâmpada cónica inversa de 4 ou 5 peças concêntricas. Aparecem às vezes revocadas e são coroadas por cupulins semiesféricos. Os cunhais dos baluartes são suavizados até parecerem galbados nas suas bases. Há restos evidentes de sucessivas intervenções nos paramentos, nos taludes, etc., que exprimem reconstruções, consolidação de troços de muralha, etc.
Para chegar ao forte só basta encaminhar-se desde a Praça de D. Pedro V através das ruas Corredoura de São Roque ou a Rua Bartolomeu Alvares da Santa, artérias basilares da vila en direcção Noroeste para o Suleste.
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