Defesas trasmontanas, o forte de S. Neutel em Chaves
O Forte de S. Neutel, ao pé do Estádio Municipal de Chaves
José Buiza Badás
Ao pé do Estádio Municipal e bem próximo de um outro estabelecimento militar, encontra-se o Forte de S. Neutel no que era em tempos seiscentistas a parte norte da cidade de Chaves, no Alto da Trindade e a 400 metros do rio Tâmega. O percurso minucioso deste posto estratégico fala-nos de algumhas cousas.
Primeiramente, salientar o absoluto protagonismo do glacis ou explanada, que permite invisibilizar sequer parcialmente o recinto perimetral. A seguir, o papel importante dumha segunda linha defensiva com caminho coberto e revelim de acesso. Também, dar conta da sua planta estrelada de quatro pontas, do seu plano central mercé das equidistâncias e dos seus polígonos interno e externo quadrangulares. Nom regista outros revelins de natureza cardinal, mas os baluartes están perfeitamente orientados.
De mais a menos, temos estas mediçons: Diagonais de 310 metros entre as contraguardas noroeste e suleste assim como entre suroeste e noreste. Obtemos 225 metros entre ángulos flanqueados dos bastions noroeste-sureste e suroeste-noreste. Há 165 metros entre as pontas de cada bastión e 100 metros conferidos entre as contramuralhas norte e sur, bem como as do leste e oeste. As cortinas medem, no comprimento a média muralha, 76 m cortina leste, 65 m. cortina sul, 65 m. cortina oeste e 64 m. cortina norte. A gola noreste, com algumha irregularidade, determinou um maior comprimento dessa cortina leste.
O acesso encontra-se perpendicularizado ao revelim e rampante. Umha vez atravessado o dintel deparamo-nos com o fosso e a ponte. Este fosso dispom 14 metros de largura em relaçom às faces dos baluartes e uns 20 metros nas reentrâncias exteriores às cortinas. A horizontalidade, a aparência linear manifesta-se expressamente. Essa predominância revela umha obra de excelência, feita entre 1664 e 1668, seguindo planos de rigoroso precálculo onde as alvenarias um tanto regularizadas contrastam com umhas arestas nos cunhais realçadas propositadamente. Os planos inclinados, tam cortantes, tam bem feitos, nessa silharia tam apurada fazem deste forte um trabalho de arquitetura militar superior ao Forte de S. Francisco, na mesma cidade. Neste o carácter simétrico e axialidade rectangular; naquel, o cruzamento de linhas diagonais.
A espessura dos muros faz adensar larguras oscilantes de entre 1 metro ao 1,20, 1,30 e até os 1,50 metros, conforme tardozes e caras vistas. As alturas, da sua vez, visto que a planta adapta-se ao terreno, acham-se entre os 7 e os 10 metros. Dentro, revelam-se edificios como a Capela da Nª Sra. das Brotas, umha antiga prisom, um anfiteatro para espectáculos de toda ordem. De fora, no bastióm suleste, umha fonte das chamadas chafurdas, nobilitada por um arco triunfal, individualiza um cunhal polo jogo de linhas e de volumes. As guaritas som poligonais, com lámpadas de lavra concêntrica, corpo de silharia e coroas encimadas por pináculos.
A porta de entrada indicia a existencia de rebaixes para porta de elevaçom, “assomoirs” ou ladroeiras, pilares ladeados com volutas e um corpo central com arco de volta perfeita, de 11 aduelas, com inscriçons acima das enxutas e alteado por umha hornacina de venera, cornija e mais duas volutas.
R.P. Intelectual
Ningún comentario:
Publicar un comentario