30 de xan. de 2016

A GUARDA

PATRIMONIO

Umha Animaçom socio-cultural controversa

  Porta de Socorro, na Fortaleza de Santa Cruz (A Guarda)
Foto: Infogauda


José Buiza Badás


 Confesso que fiquei um bocado chocado quando soube que, afinal, oferta-se umha vaga para o Centro Interpretativo do Castelo de Sta. Cruz na figura de Animador socio-cultural com categoria de Ajudante. A jornada de trabalho abrange um 37,5 % do estipulado pola lei e a sua duraçom será de 8 meses. Singelamente, nom tinha reparado nestes perfís nem na sua provável  apressada conformaçom.

 Eu supunha, como muitos, que um Centro Interpretativo das Fortificaçonsna vila da Guarda era umha oportunidade magnífica para pôr ao dia as valências formidáveis decorrentes da nossa posiçom geográfica privilegiada. Tirando partido desta vantagem acrescida, poder-se-ía dizer que estávamos na hora de, todos juntos, pôr a mexer as nossas capacidades como comunidade e Concelho.

 Sem embargo, parece dar-se umha juxtaposiçom de funcionalidades na que quem fica a perder será a componente disciplinada e geral da Gestom Patrimonial, em benefício dum conceito lato e possibilista de Animaçom socio-cultural que nom é aqui chamada de jeito nengúm. A sempre citada Socializaçom do Património material e inmaterial fica interditada se implementarmos um etéreo modelo “animador” que tem provado com fartura as suas limitaçons, sendo como tem sido ferramenta permanente para resultados mediucos e autolimitativos en muitos concelhos do Estado Espanhol. Pagarom por isso muitos dos chamados centros “paramuseus”, visto nom terem patamar suficiente para serem qualificados de museus, nem modelo gestor.

 Nestes centros foi sempre fundamental instituir umha Unidade Administrativa, de tarefas próprias administrativas, por forma a gerir aquela parte da castellologia que pede por força umha calendarizaçom de actividades, um “import-export” de açons, uns “timings” derivados da natureza internacional da Poliorcética e dos seus agentes patrimoniais. O prestígio da nossa vila nom pode ficar ao Deús dará caso nom existir umha manifesta intençom Patrimonialista para gerir o Castelo de Sta. Cruz.

 O trabalho transfronteiriço é complicadíssimo, dadas as deficiências detectadas em todo o âmbito minhoto relativamente á Incipiência do Projecto todo, à Coordinaçom de açons, à profunda Diacronia entre intençons e realidades, à Falta de Centralidade física, etc.. (mais umha exigência para pedir empenho Patrimonial na vila guardense…). Basta só avaliarmos a quantidade avultadíssima de informaçom que necessitamos para cairmos na conta de que este Centro Interpretativo necessita PAUSAS, de molde a recolhermos um repositório superlativo dessa Informaçom vinda dos municípios minhotos, de Iberoamérica, de outras partes do mundo. Isto, é claro, se o que se pretende com verdade é estruturar na Guarda o universo Poliorcético. Por enquanto, fica aquém do esperado e da ilusom de muita gente. 

 A  animaçom cultural deve soletrar-se em minúsculos, nom em maiúsculos. Deve ser complemento estimulante, nom parte orgânica dum trabalho castellologico que exige dedicaçom a tempo inteiro. A complementariedade com o CEAMA de Almeida parece nom contemplar-se. A visom talvez localista poderá de feito imperar se nom nos associássemos com outros pontos e outros agentes ligados às fortificaçons e à sua ciência exclusivamente Patrimonialista. Falemos de João Campos, de Fernando Cobos, de Rui Carita, Moisés Cayetano ou Vítor Echarri. Citemos a Adriano Vasco  Rodrígues, a Milagros Flores Román, a Adriana Careaga ou Clotilde Paul. Fagamos mençom de Manuel Vila Garcia, de Rui Loza ou de Cyro Ilídio Corrêa de Oliveira, todos eles a um lado ou outro da  grande balsa atlântica, junto de Pérez Vilasante ou Rebeca Rotea.

 Ainda estamos a tempo de recuar e corrigir na positiva, por forma a implicar  a todos na tarefa. Chegou a hora da aposta empenhada e patrimonial. As soluçons multifacetadas som receita possível face a um  futuro deterioro de funcionalidades e umha previsível estagnaçom do C.I., que se apresenta com a possibilidade de ter que ultrapassar tempos mortos, vácuos sazonais e organigrama centralizado.

Ningún comentario:

Publicar un comentario