9 de xuño de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(214ª parte)    


'Escapismo como estratégia'

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia

 Quando  estejam  no  mosteiro  de  Oia  não  olhem  só  para  as  fábricas  e  fachadas,  olhem  também  para  o  subsolo,  para  o  que  está  por  desvendar.  O  repositório  hidraúlico  estudado  por  'Jorge  Virgolino  Ferreira'  nas  três  últimas  décadas  expressa  sobejamente  a  necessidade  de  revisar  de  raíz  toda  pesquisa  arqueológica  efetuada  naqueles  territórios  abaciais  cistercienses  tidos  por  tais.  Por  TERRITÓRIO  CISTERCIENSE  entende-se  o  espaço  INTRA-CERCA  e  EXTRA-CERCA MONÁSTICA,  conceito  posto  de   parte  pela  LPCG  (Lei  de  Património  Cultural  de  Galiza)  de  2016,  onde  suprime-se  de  facto  a  envolvente  própria  de  toda  estrutura  abacial;  grande  "aportação"  do  desenvolvismo  tijoleiro,  do  feijoismo  e  do  seu  monicreque  Rueda.  A  propósito,  é  oportuna  a  leitura  dos  textos  de  'Carlos  Alberto  Amoedo - Souto'  relativamente  à  dita  lei,  pretensamente  anticonstitucional,  de  parco  desenvolvimento  regulamentar  e  sagradora  do  interesse  privado  em  detrimento  do  interesse  geral.  Feijoismo,  em  fim,  que  ultrapassa  todas  as  espetativas  face  ao  Estado,  admirado  e  impávido  por  causa  das  veleidades  do  'gajo'  de  Peares. 



    

 Analisados  alguns  pormenores  em  redor  de  Oia,  vamos  continuar  com  a  argumentação  pausada  feita  por  Virgolino  Ferreira,  expoente  do  duplo  sistema  empregue  em  todo  o  mosteiro  do  Císter  (captación  de  agua  potable  por  un  lado  y  red  de  agua  común  y  usada,  evacuada,  por  otro).  Assim  refere:  'CAPTAÇÃO  DE  ÁGUA  POTÁVEL:  'A  compreensão  minuciosa  e  variada  das  características  hidrogeológicas  dos  lugares,  tanto  do  ponto  de  vista  da  deteção  e  pesquisa  das  águas  subterrâneas  como  das  superficiais,  pressupunha  competências  específicas  do  Vedor  e  dos  Mineiros  (Veedor,  Visores,  en  castellano).  Com  efeito,  a  disponibilidade  de  água  salubre  em  débito  suficiente  e  perene  e  com  boa  composição  química  radica  numa  estrutura  geomorfológica  favorável  à  constituição  desses  lençois  aquíferos  e  olhos- d'água.  O  êxito  ou  o  fracasso  do  fornecimento  de  água  captada  aos  antigos  mosteiros  resultavam  dessa  arte  e  capacidade  hidrognomónica  pessoal  e  de  uma  resposta  prévia,  satisfatória  e  conjunta  nos  quesitos  de  execução  prática  associados  à  sua  planificação,  da  qual  eram  tributárias  também  a  solidez  e  a  funcionalidade  do  sistema  de  transporte   a  jusante  das  captações,  a  formular:  

Que  métodos  adotavam  os  Cistercienses  para  escolher  as  áreas  mais  adequadas  à  prospeção  de  veios  ou  fontes  naturais  e  avaliar  a  sua  pureza,  abundância  e  profundidade  freática? 

Como  definiam  o  traçado  linear  do  sistema  adutor,  em  face  dos  acidentes  do  terreno  e  da  distância  até  aos  mosteiros  (de  montante  para  jusante  e  num  comprimento  variável  entre  centenas  de  metros  a  quilómetros? 

Para  o  cálculo  da  pendente  geral  da  conduta  e  garantia  do  declive  médio  e  ajustado  ao  longo  do  seu  trajeto  de  escoamento,  que  ferramentas  de  trabalho  e  processos  artesanais  ou  normas  técnicas  em  vigor  utilizavam?    

 A  referida  aptidão  de  leitura  da  natureza  orgânica  dos  solos  constituía,  em  simultâneo,  uma  mais- valia  quanto  à  notícia  das  zonas  de  interesse  qualificadas  PARA  EXTRAIR  MATÉRIA  ROCHOSA  DESTINADA  ÀS  OBRAS  DE  CONSTRUÇÃO  DO  ESTABELECIMENTO  CISTERCIENSE.  (dato  este  bien  importante  pues  incide  en  la  importancia  tanto  del  subsuelo  como  de  la  envolvente  monástica).  

 Artigo precedente.

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