PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(214ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Quando estejam no mosteiro de Oia não olhem só para as fábricas e fachadas, olhem também para o subsolo, para o que está por desvendar. O repositório hidraúlico estudado por 'Jorge Virgolino Ferreira' nas três últimas décadas expressa sobejamente a necessidade de revisar de raíz toda pesquisa arqueológica efetuada naqueles territórios abaciais cistercienses tidos por tais. Por TERRITÓRIO CISTERCIENSE entende-se o espaço INTRA-CERCA e EXTRA-CERCA MONÁSTICA, conceito posto de parte pela LPCG (Lei de Património Cultural de Galiza) de 2016, onde suprime-se de facto a envolvente própria de toda estrutura abacial; grande "aportação" do desenvolvismo tijoleiro, do feijoismo e do seu monicreque Rueda. A propósito, é oportuna a leitura dos textos de 'Carlos Alberto Amoedo - Souto' relativamente à dita lei, pretensamente anticonstitucional, de parco desenvolvimento regulamentar e sagradora do interesse privado em detrimento do interesse geral. Feijoismo, em fim, que ultrapassa todas as espetativas face ao Estado, admirado e impávido por causa das veleidades do 'gajo' de Peares.
Analisados alguns pormenores em redor de Oia, vamos continuar com a argumentação pausada feita por Virgolino Ferreira, expoente do duplo sistema empregue em todo o mosteiro do Císter (captación de agua potable por un lado y red de agua común y usada, evacuada, por otro). Assim refere: 'CAPTAÇÃO DE ÁGUA POTÁVEL: 'A compreensão minuciosa e variada das características hidrogeológicas dos lugares, tanto do ponto de vista da deteção e pesquisa das águas subterrâneas como das superficiais, pressupunha competências específicas do Vedor e dos Mineiros (Veedor, Visores, en castellano). Com efeito, a disponibilidade de água salubre em débito suficiente e perene e com boa composição química radica numa estrutura geomorfológica favorável à constituição desses lençois aquíferos e olhos- d'água. O êxito ou o fracasso do fornecimento de água captada aos antigos mosteiros resultavam dessa arte e capacidade hidrognomónica pessoal e de uma resposta prévia, satisfatória e conjunta nos quesitos de execução prática associados à sua planificação, da qual eram tributárias também a solidez e a funcionalidade do sistema de transporte a jusante das captações, a formular:
● Que métodos adotavam os Cistercienses para escolher as áreas mais adequadas à prospeção de veios ou fontes naturais e avaliar a sua pureza, abundância e profundidade freática?
● Como definiam o traçado linear do sistema adutor, em face dos acidentes do terreno e da distância até aos mosteiros (de montante para jusante e num comprimento variável entre centenas de metros a quilómetros?
● Para o cálculo da pendente geral da conduta e garantia do declive médio e ajustado ao longo do seu trajeto de escoamento, que ferramentas de trabalho e processos artesanais ou normas técnicas em vigor utilizavam?
A referida aptidão de leitura da natureza orgânica dos solos constituía, em simultâneo, uma mais- valia quanto à notícia das zonas de interesse qualificadas PARA EXTRAIR MATÉRIA ROCHOSA DESTINADA ÀS OBRAS DE CONSTRUÇÃO DO ESTABELECIMENTO CISTERCIENSE. (dato este bien importante pues incide en la importancia tanto del subsuelo como de la envolvente monástica).
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