9 de xan. de 2022

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(177ª parte)  


Vista da freguesía e Mosteiro de Santa María de Oia
Foto: Santiago Baz Lomba
  

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia  

 Arquiteturas  que  encobrem  um  projeto  urbano  absorvente  no  rural,  MUTUALISTAS  ou  COMENSALISTAS,  são  moeda  de  troca  comum  nas  sociedades  de  hoje.  Precisamente  por  isso,  aquilo  que  se  pretende  concretizar  em  Oia  é  típico  da  CIDADE  ou  do  PERIURBANO.  Tem-se  falado  mesmo  de  ARQUITETURA  PARASITA  nalguns  casos,  como  algo  próprio  dessa  cidade  e  como  virtude  congênita  dela;  aberta  aliás  às  mais  variadas  soluções,  aos  mais  variados  preconceitos  e  à  mais  plural  das  simpatias;  tem-se  falado  com  frequência  de  ARQUITETURA  FRÍVOLA,  frivolidade  da  arquitetura  atual  em  boca  de  Guillermo  Giráldez  Dávila,  conhecido  arquiteto   que  disse  em  2009  o  seguinte: 'La  arquitectura  que  se  hace  ahora  es  frívola,  de  escaparate' .  Continuando  assim:  'Se  ha  perdido  el  norte.  Tarde  o  temprano  se  volverá  a  cierta  sobriedad  y  racionalidad'  ou  também  'Se  busca  antes  que  nada  el  escaparate,  salir  en  las  revistas  y  que  hablen  de  uno'.  Giráldez  remata  com  outras  máximas  como  esta:  'Se  ha  perdido  la  idea  de  que  la  arquitectura  es  un  arte  cuyo  objeto  es  hacer  lugares  habitables,  y  lo  que  se  hace  ahora  son  esculturas  con  la  posibilidad  de  albergar  personas,  pero  lo  que  interesa  es  la  escultura'.  Finalmente  sublinha:  'Se  hacen  obras  que  exigen  unas  estructuras  complicadísimas  absolutamente  innecesarias  que  suponen  un  encarecimiento  brutal'.  Quem  formara  parte  do  'Movimento  Moderno',  do  grupo  de  Xabier  Subías  Fagés  e  Pedro  López-Iñigo  (representantes  destacados  do  resurgimento  da    arquitetura  contemporânea  em  Catalunha  e  Espanha)  ou  do  'Grupo  R',  incidia  na  eficácia  da  corrente  arquitetónica  moderna  com  basamentos  racionais.   

 Problema  em  Oia  é  assim  explicitado:  TRANSIÇÃO  PARA  UM  ÂMBITO  NETAMENTE  URBANO  SERÁ  O  PROBLEMA  BASILAR,  INCLUINDO  A  ABSORÇÃO  PROPOSITADA  DE  'ÁREAS  ANEXAS'  QUE  SERVEM  COMO  PRETEXTO  PARA  ESSE  CONDUTO  'INTRA- EXTRA'  GERAL  NAS  PARTES  "PROTEGIDAS"  DE: 1)  UM  MOSTEIRO  ENCURRALADO  POR  ACRÉSCIMOS, 2) FALSO  CORREDOR  ECOLÓGICO  E  3) URBANIZAÇÃO  ADJACENTE. 

 



 Outros  entendimentos  do  processo  urbano  dar-se-ão,  logicamente,  mas  não  serão  do  foro  dum  meio  rural  ainda  entendível  como  tal.       

 Eis  o  miolo  da  questão:  Aplicam-se  soluções  típicas  de  grandes  urbes  internacionais  onde  o  experimento  e  a  engenhoca  são  permitidos  por  constituirem  uma  novidade  em  si,  ou  um  desafio.  JUSTAPOSIÇÃO + ARQUITETURA  MUTUALISTA   são  sinónimo  de  NOVAS  VIAS  + NOVOS  ACRÉSCIMOS  que  multiplicam  as  hipóteses  da  cidade.  A  base  preexistente  nutre  à  futura  urbe  de  inovações  e  saídas,  mas  nesses  meios  urbanos.  O  rural,  ou  no  caso  de  Oia  o  'Rural  Turistificado',  é  procurado  a  todo  o  custo  como  "prémio"  e  como  passe  consentido.  Somos  forçados  a  ver  uma  paisagem  nova,  urbanizada,  onde  antes  somente  havia  um  espaço  'Tal & Qual',  não  violado,  bem  como  um  território  'per  se'  que  agora  condena-se  a  não  existência  (razão  de  ser  do  dito  "Corredor  Ecológico",  indicado  bem  entre  aspas).  Dir-se-á  que  tais  afirmações  pertencem  ao  foro  da  ignorância,  mas  existem  indícios  suficientes  para  acreditar  que  se  quer  CRIAR  CIDADE  E  EQUIPAMENTO  CITADINO  COM  BASE  NA  TURISTIFICAÇÃO  E  NA  NOVA  CENTRALIZAÇÃO  DE  UM  MOSTEIRO.  Ninguém  pensa  na  junção  de  dois  conceitos  que  são  opostos.  

(Continuará)

Artigo precedente.

Ningún comentario:

Publicar un comentario