PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(105ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
JUSTAMENTE, O FACTO DO MOSTEIRO DE OIA SER O ÚNICO CISTERCIENSE À BEIRA DO MAR PLANTADO PODERÁ INSPIRAR CUIDADOS DE MAIOR NO RELATIVO A PROMOÇÕES URBANAS COSTEIRAS OU A CRITÉRIOS PAISAGISTAS. Falinhas mansas e bajulações escamoteiam esta verdade inquestionável. Ladainha da “RMO" consiste numa troca simples: Arrabalde e mosteiro por mosteiro e urbanização. Como terapia face esse dualismo caprichoso era bom insistirmos na qualidade intrínseca inherente às artes todas, aos estilos presentes no mosteiro, como definidoras da essência real deste BIC desnaturado que não está a encontrar una salvaguarda no momento presente. Vamos falar da Congregação Cisterciense de Castela ("CCC") e dos estilos presentes en Oia. Vamos por tanto falar das expressões da arte permanentes, simultaneadas mercê do passar do tempo, que encontram por sí próprias uma legitimidade negada por estes senhores da mercadoria. Do pré-românico até o pré-gótico, manierismo escultórico, pegada jesuítica na fachada ou barroco da torre sineira constituem-se em testemunhos de um falar somente seu, a margen dos pré-cálculos feitos por una consignatária que nega espacialidades mínimas a um mosteiro que nada terá a ver com a maldita urbanização. Coêrencia pelo facto de cingirmo-nos à mensagem generalista e histórica da Congregação Cisterciense da Castela vai ao encontro de pessoas e interesses que querem criar una especie de cisão "à galega" da recentemente batizada “ACIGAL" ben como aderirà Carta Europeia de Abadías e Sítios Cistercienses SEM AS CONTRAPARTIDAS decorrentes das condições estabelecidas na sua Carta de Valores. Dito de outra maneira, não ha mosteiro de Oia sem a aportação da “CCC", como acontece alias noutros tantos mosteiros sediados na Galiza. Nos mais mínimos pormenores haverá donde vasculhar e encontrar o coelhinho tirado da cartola; nesse particular poder-se-ía interpretar de vez esse conto da carochinha utilizado para levar à frente a tal urbanização. Em resumo, trata-se de esclarecer este aborrecido assunto, trata-se de simplificar algo que tem como pano de fundo a natureza pervertida da capacidade de olhar ao mosteiro com singeleza, despidamente. Mosteiro de Oia não precisa de urbanização nenhuma nem de acréscimos ao pé dos Laranjais; embutiram-nos essa necessidade supérflua na cabeça, encastraram-nos esse supostoso bum falso guarda-chuva patrimonial. Tratamento da arte em termos geraist em de adotar certas prevençõ esperante grupos empresariais que somente olham para a caixinha (vejam o exemplo da “IBERDROLA"! ). Os desvelos dos privados negam cidadania isenta e formada, acabando por cauterizar toda vontade preservadora. Sempre chegam tarde ao velorio! Cómo é que “IBERDROLA" se assume madrinha de uma gestão do românico (Vejam a patente “Românico Atlântico") entre o Norte de Portugal e a região autónoma de Castilla y León?: É fácil supor, dado ter uma ascendente económica assinalável no organigrama político da Junta castelhana, mais nada. Isso chega para dar bençãos cá e acolá e gozar com todos nós, visto que a moneda de troca era una futura barragem no río Tâmega. A este ponto chegamos. Miolo disto tudo será a capacidade dos populares saberem separar trigo do joio nesta negociata financeiraa bençoada pelo Círculo de Empresários de Vigo. O aglutinante desta história nunca estará nessa dobradiça entre mosteiro e futura urbanização, antes bem na isenção paisagista do conjunto todo. Mais ainda, na manutenção de um saber que não pode ter intromissões nenhumas no campo da arte e dos bens culturais. Daí falarmos da “CCC", não como alegato de ocasião mas sim como herança neutra e aséptica de un passado fértil, fiel e não entortado no percurso histórico cisterciense. Vamos entrar num pormenor que para nós resulta exponencial: a componente heráldica dos mosteiros abrangidos pela Congregação. José Ignacio Rodríguez González (Guadalajara, 1949) constituicitação obrigatória nesta temática tão abrangente e unificadora; pertencendo à Real Academia Matritense de Heráldica e Genealogia converteu-se na referência, ou numa delas, fundamental no estudo da "CCC" e os seus símbolos. A sua obra “El Patrimonio Heráldico de la Congregación Cisterciense de Castilla" é aportação bem sublinhável e para ter sempre em conta. Recuando a Fray Martín de Vargas, a "CCC" foi instaurada para pôr cobro à crise dos séculos XIV e XV (decadência do ideal cisterciense; abades comendatários egoístas ou descuramento da observância da Regra), crise que portava também outros aspetos (abandono de dependências, falta de obras de restauro). Reforma aprovada pelo papa Martín V em 1525, começou en 1427 en Montesión (Toledo), alargando-se em 1430 ao mosteiro de Valbuena de Duero (Valladolid) atingindo todos aqueles mosteiro ssediados en Castela, Leão, Galiza, Asturias e zona da Rioja (ficam de fora Aragão e Navarra ). Há novas pautas de vida:
• Abandono dos grandes dormitorios comunitários.
• A igreja passava a ser pública. Construir-se-á un novo coro no alto aos pés do templo e erguer-se-á un segundo corpo acima do claustro medieval.
• Noutros casos, construiria-se um outro claustro chamado da Hospedaria.
• Dispor-se-á no futuro de um fecho murário com ameias en redor dos mosteiros. (Isto contradiz os truques destes “patrimonialistas" do tijolo atuais).
A observancia nova chegou a Galiza no tempo dos Reis Católicos, mas o grande fôlego da reforma monástica e da progressiva adesão dos mosteiros pertence ao período de Carlos I. Se mosteiro de Sobrado incorporou-se em 1498, antes de 1516, também o tinham feito Aciveiro e Penamaior (1505) e Melón e Monfero (1506) para além de Meira (1514).
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