PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(42ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Argumentações várias balizam a cronologia de um projeto cuja natureza "MIX" está fora de dúvidas. Essa mistela cria de facto uma marcante inconveniência paisagista a menos de cem metros da asa norte do claustro incompleto das Laranjeiras (ainda não deram satisfações razoáveis do POR QUE do fecho de tal claustro, mas supomos sobejamente as verdadeiras motivações). Garantidamente, conseguem coadunar pirosidade com palestras como se nada fosse; andam numa roda viva publicitária onde o que está em jogo é, nem mais, a integridade morfológica dum mosteiro para além do seu espaço complementar. Gabam-se de estar na posse da razão aquando só pretendem dar-lhe a volta à opinião do oiense corrente. Queremos um mosteiro tutelado e recuperado! Expropiação, por favor. Quem se faz de parvo neste falso conto contado?
Tolice, teimosia será o que está na base desse projeto, aquilo que fica subjacente a tal empreendimento: violação de quaisquer normativas emanadas do foro internacional em materia de património e paisagem. Temos feito citação do Convênio Europeu da Paisagem, da Declaração de Newcastle, da normativa sobre património vernacular (Oia-Arrabalde), da lei específica galega sobre Proteção da Paisagem. Temos referido, agora aproveitamos para o fazer novamente, a inutilidade e a posse hipócrita da Xunta em matéria de Património Natural, crivando de setas envenenadas um texto legal aprovado com evidente pressa e nulo diálogo. As palavras do presidente Feijóo causam estarrecimento e não acorrem às razões ambientalistas de mínimos.
Um projeto MIX é passível de receber lógicas críticas visto não ter pernas para andar. Nesse procurado enbainhamento cor-de-rosa só acreditam os seus próprios inventores. De cada vez que falamos dessa verborreia MIX, mais convencidos estamos das soluções expropiatórias. E mais ainda, Estado poderia eventualmente optar por tal solução, dado a Xunta não proteger um direito fundamental do cidadão na área paisagista e do património. Razões simples, não simplórias, que põem de atualidade a ausência de barreiras legais que travem os caprichos de particulares. Será por acaso este um discurso de esquerda? NÃO, DE TODO. Trata-se de patrimonialismo consequente. Património não tem ideologia.
Imaginam pegar em simultâneo vários mosteiros galegos ao abandono e fazer-lhes a cosmética de "recuperação" à moda da "Kaleidos"? Cómo é que seriam distribuidas as famosas vinte bostas de vaca? Definitivamente, CONFERIDAS AS ESCALAS DESTAS, RELATIVAMENTE A PARTES DISCRIMINADAS EM POSITIVO DO PRÓPRIO MOSTEIRO, JÁ ANTECIPAMOS UM ERRO DE ASSENTAMENTO E UMA FUTURA ABERRAÇÃO CONSTRUTIVA. Mais pareceria um estabelecemento de colonato, seriado, holístico e desnaturado. A SUA VULGAR IMPONÊNCIA FALA BEM ALTO SOBRE QUALQUER OUTRA CONSIDERAÇÃO. Têm talvez estes cubos volumosos alguma solução amortecedora? Existiu alguma vez respeito pelas precedências da envolvente monacal, pelo arrabalde? Comparem cada um destes mamarranchos com o templo, com os espaços claustrais, com a torre e atoparão alguma resposta cabal. As próprias ortogonalidades do cenóbio ver-se-ão afetadas.
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