8 de feb. de 2019

CAMINHA

CINEMA

Boletim da Sessão nº 381

"Belíssima" de Luchino Visconti (1951)

Sexta-feira, 08 de fevereiro às 21:45 no Auditório do Museu Municipal de Caminha



Locus Cinemae / Caminha

 “Ao compararmos as sequências de abertura de Belíssima e as do posterior, Sentimento, somos acometidos da aparente constatação de que o autor teria realizado uma abrupta operação de ruptura.  

 Afinal, ao vermos em Belíssima a harmoniosa, comedida e precisa decupagem da orquestra, recheada de planos-detalhe centrados no desenho e nas formas dos instrumentos musicais intercalados com uma serie de planos médios dos músicos, não imaginaríamos que no seu filme seguinte Visconti colocaria logo nos seus primeiros segundos a opulência e a sumptuosidade da ópera Il Trovatore de Giuseppe Verdi. Simplicidade, despojamento versus o exagero, o transbordante e o espetacular. Essas duas expressões, aparentemente antagónicas e em constante conflito, sempre estiveram unificadas e entrelaçadas por um frágil fio na singular arte de Luchino Visconti. Mesmo em seus três primeiros filmes, comumente considerados pertencentes ao movimento neo-realista – e dos quais Belíssima é cronologicamente o último –, percebemos que já estão ali entranhados em suas formas o refinamento e o apurado senso estético de um peculiar artista-esteta que não poderia de forma alguma ficar muito tempo preso aos preceitos de qualquer escola. Luchino Visconti sempre foi muito maior que o neo-realismo e Belíssima muito mais que uma continuidade de seus filmes anteriores (Obsessão e A Terra Treme), muito mais que uma simples obra de transição entre duas possíveis distintas fases de sua carreira. O filme é, acima de tudo, um claro manifesto de reavaliação do movimento neo-realista.”  


FICHA TÉCNICA:
Título original: Bellissima, Itália, 1951
Realização: Luchino Visconti 
Assistentes de realização: Francesco Rosi, Franco Zeffirelli
Argumento: Suso Cecchi D’Amico, Francesco Rosi e Luchino Visconti, segundo história de Cesare Zavattini
Produção: Salvo D’Angelo
Companhia de produção: CEI Incom
Música: Franco Mannino, segundo Gaetano Donizetti (“L’Elisir d’Amore”); com Orchestra Sinfonica del Teatro dell’Opera, conduzida por Franco Ferrara
Fotografia (P/B): Piero Portalupi, Paul Ronald
Montagem: Mario Serandrei
Guarda-roupa: Piero Tosi
Duração: 115 minutos
FICHA ARTÍSTICA:
Anna Magnani (Maddalena Cecconi)
Walter Chiari (Alberto Annovazzi)
Tina Apicella (Maria Cecconi)
Gastone Renzelli (Spartaco Cecconi)
Tecla Scarano (Tilde Spernanzoni)
Lola Braccini (mulher do fotógrafo)
Arturo Bragaglia (fotógrafo)
Nora Ricci
Vittorina Benvenuti
Linda Sini
Teresa Battaggi
Gisella Monaldi
Amalia Pellegrini

https://www.youtube.com/watch?v=dklaeXs_aC0


Programação   
Ciclo Cinema Italiano 
       
15 de fevereiro, “S. Francisco de Assis”, Franco Zeffirelli, Itália/Reino Unido, 1972, Sessão 382 (s/ classificação)     
22 de fevereiro, “Gianni e as Mulheres”, Gianni di Gregorio, Itália, 2011, Sessão 383 (M/12)
 

Ningún comentario:

Publicar un comentario