PATRIMÓNIO
Considerações paisagistas em Oia
(163ª parte)
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia
Vamos mencionar o 'Caminho Português pela Costa', cujo ponto de partida será o Porto, onde ficam sobejamente exponenciais as componentes poliorcéticas deste percurso e a sua irrefutável certificação e selado oficial. TPNP (Turismo do Porto e Norte de Portugal) e Direção Geral de Património Cultural lusa têm que aplicar mão de ferro na questão, visto que a 'AACS' (Associação de Amigos dos Caminhos a Santiago) está a ser absorvida por uma Xunta galega que simplesmente põe de parte (por evidentes interesses ligados à turistificação) um direito histórico inegável, mesmo um histórico nacional que não é respeitado. As verdades por simples não deixam de ser menos verdades. Isso unido às práticas goebbelianas de um grupo económico privado em Oia, tecem uma falsidade feita verdade. Arriscando sermos caraterizados de REGUILAS e QUEZILENTOS, vamos sulcando aos poucos e poucos caminhos de denúncia, de posicionamento estritamente patrimonial. Outros, optaram pela aceitação de factos vergonhosos como se nada fosse.
Sendo assim, Fortes de 'São João Baptista da Foz' ou 'Forte do Queijo' inauguram um elenco tripeiro, complementado por esse outro 'Forte de Nossa Senhora das Neves' mais ao norte, em Leça da Palmeira. Chegando a Vila do Conde deparamos com o 'Forte de São João Baptista' bem perto da foz do rio Ave. Quatro quilómetros para o norte, na Póvoa de Varzim, aparece o elegante 'Forte da Nossa Senhora da Conceição'. Seguindo a caminhada, Esposende oferece-nos na freguesia das Marinhas um outro fortim-farol, dizimado à metade, chamado também de 'São João Baptista'. Uns 38 quilómetros mais a frente afigurase-nos, ultrapassada a ponte de ferro, o 'Forte de Santiago da Barra', configurador da zona portuária da foz do Lima e protagonista avantajado na Guerra de Aclamação. Cabe salientar uma menção ao 'Parque Natural do Litoral Norte' que sofre agressões do mais variado leque relativas à questões ambientais. Apartir de Viana do Castelo vamos entrar em contacto com uma poliorcética especial que precede, nem mais, aos modernos 'blockhaus' seriados. 'Forte de Areosa', 'Forte de Paçô' e 'Forte da Gelfa' constituem uma substantiva inovação de finais do século XVII, pelo seu enformado maneirista e a sua planta funcional. Trata-se de barbetas de grande curva orientativa e de fogo, flanqueadas nos laterais por redenturas no lado marinho, bem como reentrâncias no lado terrestre que acolhem a porta de entrada de volta perfeita. 'INFOGAUDA' recolhia estes últimos seis anos estudos 'in situ' de todo o tipo de postos militares, fortes, baterías, fortalezas de grande porte, etc. no intuito de criar pedagogia poliorcética nas populações raianas. Este 'Caminho Português pela Costa', o verdadeiro e histórico, faz confluência na sua meta final com o 'Caminho Português Central' não tenham réstia de dúvida; e o faz dentro da fortaleza valenciana.
Passado o rio Âncora, que sofreu desviação de caudais em tempos, damos testemunho de um 'Forte da Lagarteira' no portinho de Vila Praia de Âncora, com básica forma estrelada e bateria de três lados irregulares, devido à sua natureza orientativa. Mais adiante, divisa-se no sul da foz do Minho o 'Forte da Ínsua'; de avultada história, por aqui passava o rei Manuel I de Portugal de passagem para Santiago em 1502. Portanto, entra-se agora num roteiro fluvial minhoto, raia húmida, cheio de surpresas onde a uma e outra margem alternam-se quer defesas em silharia, quer fortes de campanha em torrão que adensam um território de fronteira exponencialmente.
(Continuará)
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