20 de ago. de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia  

(163ª parte) 

 



ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 Vamos  mencionar  o  'Caminho  Português  pela  Costa',  cujo  ponto  de  partida  será  o  Porto,  onde  ficam  sobejamente  exponenciais  as  componentes  poliorcéticas  deste  percurso  e  a  sua  irrefutável  certificação  e  selado  oficial.  TPNP  (Turismo  do  Porto  e  Norte  de  Portugal)  e  Direção  Geral  de  Património  Cultural  lusa  têm  que  aplicar  mão  de  ferro  na  questão,  visto  que  a  'AACS'  (Associação  de  Amigos  dos  Caminhos  a  Santiago)  está  a  ser  absorvida  por  uma  Xunta  galega  que  simplesmente  põe  de  parte  (por  evidentes  interesses  ligados  à  turistificação)  um  direito  histórico  inegável,  mesmo  um  histórico  nacional  que  não  é  respeitado.  As  verdades  por  simples  não  deixam  de  ser  menos  verdades.  Isso  unido  às  práticas  goebbelianas  de  um  grupo  económico  privado  em  Oia,  tecem  uma  falsidade  feita  verdade.  Arriscando  sermos  caraterizados  de  REGUILAS  e  QUEZILENTOS,  vamos  sulcando  aos  poucos  e  poucos  caminhos  de  denúncia,  de  posicionamento  estritamente  patrimonial.  Outros,  optaram  pela  aceitação  de  factos  vergonhosos  como  se  nada  fosse.  



 

 Sendo  assim,  Fortes  de  'São  João  Baptista  da  Foz'  ou   'Forte  do  Queijo'  inauguram  um   elenco  tripeiro,  complementado  por  esse  outro  'Forte  de  Nossa  Senhora  das  Neves'  mais  ao  norte,  em  Leça  da  Palmeira.  Chegando  a  Vila  do   Conde  deparamos  com  o  'Forte  de  São  João  Baptista'  bem  perto  da  foz  do  rio  Ave.  Quatro  quilómetros  para  o  norte,  na  Póvoa  de  Varzim,  aparece  o  elegante  'Forte  da  Nossa  Senhora  da  Conceição'.  Seguindo  a  caminhada,  Esposende  oferece-nos  na  freguesia  das  Marinhas  um  outro  fortim-farol,  dizimado  à  metade,  chamado  também  de  'São  João  Baptista'.  Uns  38  quilómetros  mais  a  frente  afigurase-nos,  ultrapassada  a  ponte  de  ferro,  o  'Forte  de  Santiago  da  Barra',  configurador  da  zona  portuária  da  foz  do  Lima  e  protagonista  avantajado  na  Guerra  de  Aclamação.  Cabe  salientar  uma  menção  ao  'Parque  Natural  do  Litoral  Norte'  que  sofre  agressões  do  mais  variado  leque  relativas  à  questões  ambientais.  Apartir  de  Viana  do  Castelo  vamos  entrar  em  contacto  com  uma  poliorcética  especial  que  precede,  nem  mais,  aos  modernos  'blockhaus'  seriados.  'Forte  de  Areosa',  'Forte  de  Paçô'  e  'Forte  da  Gelfa'  constituem  uma  substantiva  inovação  de  finais  do  século  XVII,  pelo  seu  enformado  maneirista  e  a  sua  planta    funcional.  Trata-se  de  barbetas  de  grande  curva  orientativa  e  de  fogo,  flanqueadas  nos  laterais  por  redenturas  no  lado  marinho,  bem  como  reentrâncias  no  lado  terrestre  que  acolhem  a  porta  de  entrada  de  volta  perfeita.  'INFOGAUDA'  recolhia  estes  últimos  seis anos   estudos  'in  situ'  de  todo  o  tipo  de  postos  militares,  fortes,  baterías,  fortalezas  de  grande  porte,  etc.  no  intuito  de  criar  pedagogia  poliorcética  nas  populações  raianas.  Este  'Caminho  Português  pela  Costa',  o  verdadeiro  e  histórico,  faz  confluência  na  sua  meta  final  com  o  'Caminho  Português  Central'  não  tenham  réstia  de  dúvida;  e  o  faz  dentro  da  fortaleza  valenciana.    



  

 Passado  o  rio  Âncora,  que  sofreu  desviação  de  caudais  em  tempos,  damos  testemunho  de  um  'Forte  da  Lagarteira'  no  portinho  de  Vila  Praia  de  Âncora,  com  básica  forma  estrelada  e  bateria  de  três  lados  irregulares,  devido  à  sua  natureza  orientativa.  Mais  adiante,  divisa-se  no  sul  da  foz  do  Minho  o  'Forte  da  Ínsua';  de  avultada  história,  por  aqui  passava  o  rei  Manuel  I  de  Portugal  de  passagem  para  Santiago  em  1502.  Portanto,  entra-se  agora  num  roteiro  fluvial  minhoto,  raia  húmida,  cheio  de  surpresas  onde  a  uma  e  outra  margem  alternam-se  quer  defesas  em  silharia,  quer  fortes  de  campanha  em  torrão  que  adensam  um  território  de  fronteira  exponencialmente.  

(Continuará) 

 Artigo precedente. 

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