1 de xuño de 2021

OIA

PATRIMÓNIO

Considerações paisagistas em Oia   

(152ª parte)  

ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Oia   

 Com  data  de  4  de  junho  de  1931,  na  Gaceta  de  Madrid  n°  155,  Ministerio  de  Instrucción  Pública  y  Bellas  Artes  publicava  o  seguinte  Decreto:    

 "De  conformidad  con  los  informes  emitidos  por  la  Junta  Superior  de  Excavaciones  y  el  Comité  Ejecutivo  de  la  Junta  de  Patronato para  protección,  conservación  y  acrecentamiento  del  Tesoro  Artístico  Nacional,  y  en  virtud  de  lo  dispuesto  en  el  Decreto-ley  de  9  de  Agosto  de  1926,  el  gobierno  provisional  de  la  República,  a  propuesta  del  ministro  de  Instrucción  Pública  y  Bellas  Artes,  decreta  lo  siguiente:    

 Artículo  1°:  Se  declaran  Monumentos  histórico-artístivos  pertenecientes  al  Tesoro  Artístico  Nacional  los  siguientes. 

PONTEVEDRA: 

 Catedral  de  Tuy-  Santa  María  La  Mayor,  en  Pontevedra -  Ruinas  de  Santa  Tecla,  en  La  Guardia -  San  Lorenzo  de  Carboeiro -  Monasterio  de  Armentecón  (Armenteira) -  Monasterio  de  Acibeiro -  Santo  Domingo  de  Tuy-  Monasterio  de  Oya".   

 Este  elenco  vem  acrescido  com  mais  889  imóveis  em  toda  Espanha  (dos  370  que  havia  dantes). Da  decisão  de  um  governo  provisório  republicano  até  medidas  atempadas  que  contemplavam  a  defesa  (acautelamento)  desses  bens,  vai  um  passo.  Lei  de  13  de  maio  de  1933  (LPTAN)  de  Proteção  do  Tesouro  Artístico  Nacional,  estabelece  no  seu  artigo  29  a  ineludível  obrigação  de  todo  possuidor  de  imóveis  declarados  monumentos  histórico-artísticos  de  permitir  quatro  vezes  ao  mês,  em  días  e  horas  previa  e  publicamente  assinalados,  a  sua  contemplação,  estudo  e  reprodução  fotográfica  ou  desenhada.  Da  sua  vez,  artigo  30  do  Regulamento  da  LPTAN,  aprovado  por  decreto  de  16  de  abril  de  1936,  estabelece  a  obrigatoriedade  de  instalar  em  todos  os  monumentos  histórico-artísticos  uma  inscrição  que  dé   conta  dessa  natureza.  O  longo  período  de  tempo  até  a  Lei  do  Património  Histórico  Espanhol  de  1985  (LPHE)  validava  essa  figura  do  Bem  de  Interesse  Cultural,  reforçando-se  o  seu  futuro  trespasse  às  comunidades  autonómicas  como  tal.  Boa  prova  disso  era  a  ordem  de  15  de  fevereiro  de  1980,  pela  qual  se  regulava  o  regime  de  visitas  gratuitas  nos  monumentos  histórico-artísticos.  À  partida,  o  artigo  45  da  Constituição  de  1931  dizia  isto:

 "Toda  la  riqueza  artística  e  histórica  del  país,  sea  cual  fuere  el  dueño,  constituye  un  tesoro cultural  de  la  nación  y  estará  bajo  la  salvaguardia  del  Estado,  que  podrá  prohibir  su  exportación  y  enajenación,  decretando  las  EXPROPIACIONES  legales  que  entienda  oportunas  para  su defensa". 

 

  

 É  importante  sublinhar  o  artigo  17  da  LPTAN,  que  diz  designadamente  assim: "(…)   prohibición  de  su  derribo  o  de  realizar  sobre  el  mismo  obra  alguna".  Assim,  31  anos  antes  da  'Carta  de  Veneza'  de  1964,  afigurava-se  a  necessidade  de  proteger  os  perfís  físicos  desses  BIC,  afastando  os  acréscimos  construtivos  (é  esse  o  problema  em  Oia).  Na  costa  sul  galega  aplica-se  à  risca  esta  lei  não  escrita:  'LPCG  de  2016  versus  LPCG  de  1995/  LPHE  de  1985',  'Tijoleiros  versus  paisagistas'.  FEIJOISMO  é  sinónimo  de  tijolo,  de  desenvolvismo  tipo  anos  setenta  ou  oitenta  e  de  liberalização  do  território  (incluídos  parques  eólicos).  De  novo,  crise  económica  de  2008  tece  a  sua  estratégia  futura,  tal  como  a  dos  anos  vinte  do  século  passado  relativamente  aos  bens  culturais  da  República  espanhola.    

 Desde  o  ano  de  2011,  vém-se  sucedendo  comemorações  da  declaração  BIC  do  mosteiro  de  Oia  (um  Bem  de  Interesse  Cultural  que  passaria  automaticamente  à  legislação  autonómica).  De  salientar,  o  80°  aniversário,  com  visitas-guiadas;  o  81°;  o  82°,  com  uma  'andaina'  A  Guarda- Oia;  o  84°,  com  visitas-guiadas  - um  triplo  menos  no  preçário  que  as  atuais- .  Chegamos  então  ao  90°  aniversário,  tentativa  única  de  assentar  um  "Caminho  Português"  que  não  é  tal.  À  partida,  LPCG  do  2016,  é  um  texto  crivado  de  armadilhas,  mesmo  vindicando  a  sua  aplicação.  Por  exemplo,  Procedimento  de  declaração  de  bens  de  interesse  cultural  constitui  um  somatório  exponencial  das  verdadeiras  intenções  dos  legisladores  submissos  ao  caráter  discricionário  e  político  do  PP.  Leiam  com  muita  atenção  os  artigos  12.2,  13.1,  15,  16,  17,  18,  19,  20,  21,  22.c,  22.d,  23  e  25.4.  dessa  normativa,  para  além  de  muitos  outros.    

 Afinal,  decreto  de  1931  serviu  para  o  que  serviu  (nada  mais  do  que  um  procedemento  genérico  e  enganoso).  Já  no  ano  1945  é  adquirido  o  mosteiro  pela  família  Bouso.  Em  1974  vai  para  González  García;  em  1989  cai  nas  mãos  do  grupo  asturiano  'Corporação  Massaveu',  sendo  que  no  ano  de  2000  é  vendido  ao  grupo  Banco  Pastor.  Finalmente,  'Vasco-Gallega  de  Consignaciones'  tira  o  coelhinho  da  cartola  e  escoa  interesseiramente  a  figura  do  consignatário- patrimonialista  (reticências).  Preços  estabelecidos  pela  'RMO'  alternam,  ao  que  parece,  com  acessos  gratuitos  todas  as  terças  feiras,  mas  sem  visita-guiada.  À  partida,  6  €  ou  2,5  €  (de  7  aos  14  anos)  sagram  a  ideia  de  que  o  visitante  financia  na  íntegra  a  sua  visita.  Um  escândalo  se  conferissemos  estas  importâncias  noutros  cenóbios. 

 Artigo precedente.  

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