PATRIMÓNIO
Minho Reggae Splash, uma história a contar
ENCONTROS POLIORCÉTICOS / Goián
Este ano não haverá evento nenhum. Os organizadores zangaram-se com o Concelho de Tominho na tentativa de arranjar um outro local que não a Fortaleza de São Lourenço de Goián para a celebração da festa reggae. A iniciativa musical visava obter um outro cenário, no intuito de serem respeitados os glacis deste castelo de época moderna. Provavelmente houvesse outros pormenores sobre a mesa tratados em “petit comité”.
Os glacis de São Lourenço já foram violentados no passado com aquele badalado “prémio”. Garantidamente, as áreas de Proteção e Amortecimento não são tidas em conta; presentemente, esses atos de “melange” lúdico- cultural, onde o “tudo vale” se impôs ao resto, provocam a protelação do conjunto militar. O Governo local tominhense tem um forte viés, uma intencionalidade clara em tudo o que faz. Nada se lhe escapa, ao ponto de se valer de associações com “patente” para dar um particular sentidinho a “isso dos castelos”. Se esticassem um bocadito o cérebro abrir-se-íam assas para dar a volta a tanto preconceito instalado. A história militar, a tratadística, tem um caminho próprio, uma essência própria que alguns negligenciam.
Tominho merece um outro tratamento do castellológico. Com efeito, algo tem de mudar; primeiramente, RESPEITANDO A ESPACIALIDADE DA FORTALEZA. A seguir, substituindo alguns protagonistas que não deram qualquer hipótese a uma poliorcética além fronteiras. É bem importante salientar este pormenor; factos são factos, não estamos a inventar nada. Minho está ainda nos primórdios e estas coisas se passam. Não bastando isto, procede-se a um propagandear de situações que adensam o discurso triunfalista dos políticos. Minho está a discursar a sua própria ilusão: Ponte pedonal e ciclável não e assim tanta panaceia. Producir-se-á uma antropização severa, onde andarão à mistura carros, bicicletas e peões ao pé mesmo duma fortaleza sem proteção. O problema aquí não será o transitar senão quantos transitam e para ónde.
Vejam só que a multiplicação dos ditos eventos culturais não trouxe vantagens de vulto à fortaleza, antes bem um maior desatendimento. Deve tratar-se de uma questão de “prioridades”.
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