Rui Lages (Presidente da Câmara): A remoção do ferry foi planeada e coordenada com a Capitania do Porto de Caminha e não só.
• Lembrou que a jurisdição e desde logo a responsabilidade do desassoreamento do Rio Minho é dos governos de Portugal e Espanha e é um problema antigo
Infogauda / Caminha
A Biblioteca Municipal de Caminha acolheu, esta semana, a reunião descentralizada da União de Freguesias de Caminha Matriz e Vilarelho. A primeira intervenção coube, como é habitual, ao Presidente da Junta, Miguel Gonçalves. O autarca destacou a importância da intervenção dos fregueses, e aproveitou a presença de Célio Martins para recordar o caso da Rua da Urraca: “quando chegamos era um lamaçal e hoje, também pela sua insistência está completamente renovada”. Durante a reunião foram focados diversos aspetos, sendo de destacar a solução anunciada pelo Presidente da Câmara, em resposta a uma preocupação de Miguel Gonçalves: a instalação de casas de banho no Parque 25 de Abril, abertas ao público e autónomas face ao edifício que tinha esta valência e que está arrendado a um privado.
Voltando à intervenção do Presidente da Junta, o autarca lembrou que está há 12 anos nas funções e frisou que não há período comparável na história da freguesia, em matéria do progresso, fruto da boa gestão e cooperação institucional. Elencou casos como o Cais da Rua, lembrando que no passado nem escadas para os pescadores acederem aos barcos existiam; a Marginal: a parte sul era um lamaçal no inverno. “Pode ser melhorada, sim, mas não podemos esquecer o que existia”; a Biblioteca Municipal renovada; a requalificação completa do Centro Histórico, que classificou como “um avanço civilizacional”; o Largo da Junta renovado; Rua de S. João moderna e acessível, “muito mais amiga das pessoas, muito mais preparada para o futuro”, defendendo que deveria estar fechada mais tempo, e dando, a propósito, o exemplo de Vila Nova de Cerveira – “o futuro vai-nos dar razão”.
O autarca ainda elencou obras como a Escola C+S “requalificada, foi um sonho para todos nós, que estudamos numa escola que, no nosso tempo, já precisava de intervenção”; a instalação de redes de gás natural e fibra ótica; pavimentação da Rua dos Pescadores; o novo Mercado Municipal – “era um barracão”; intervenção na Rua dos Pescadores; pavimentações de diversas ruas, entre elas do Valido, Olheiro e Escuro; a questão dos contentores que serviam de Mercado Provisório – “não foram postos por capricho, foram colocados porque não queríamos que o Mercado deixasse de funcionar”.
Miguel Gonçalves elogiou ainda os serviços da Câmara e o diálogo que tem havido para a resolução dos problemas. Evidenciou a visão da Câmara na passagem da gestão do cemitério para a Junta – “essa visão veio servir melhor os caminhenses”, disse.
Classificou como determinante a cooperação estratégica entre Junta e Câmara: “o Parque de Jogos e o Parque Infantil só foram intervencionados porque houve uma visão estratégica das duas partes”.
Elogiou também a compra de uma “Meia Casa” pela Câmara, que garante a memória e a História.
O autarca referiu-se também a desafios para o futuro, destacando, nestes casos, a Estrada da Foz, Parque 25 de Abril requalificado e com wc autónomos e requalificação da Miguel Dantas.
Em resposta, o Presidente da Câmara defendeu a lealdade institucional entre organismos do Poder Local e outros, “que permite resolver problemas”, e deu como exemplo o arranjo do adro de S. Sebastião.
Remoçâo do ferry
Rui Lages informou, sobretudo sobre os “desafios”, que a remoção do ferry foi planeada e coordenada com a Capitania do Porto de Caminha e não só. Lembrou que a jurisdição e desde logo a responsabilidade do desassoreamento do Rio Minho é dos governos de Portugal e Espanha e é um problema antigo. Defendeu uma ligação mais regular e mais segura, num rio vivo, dinâmico, apelativo, como o Rio Douro, hoje um polo de desenvolvimento. Defendeu para os autarcas uma voz forte, firme e una na defesa do que pretendem para o Rio Minho. “Temos problemas e estão identificados. É preciso resolvê-los e nós, autarcas queremos ser parte da solução. É um problema supramunicipal”.
Sobre a Avenida da Estação/Avenida Manuel Xavier, informou que a obra já foi adjudicada e só não avançou no terreno porque a Adam, após ser notificada, precisou de fazer uma intervenção numa conduta. Assim, além das obras da Câmara: novo coletor de águas pluviais, novo pavimento, novos passeios, vai ter também coletores requalificados pela Adam.
Sobre a habitação, Rui Lages destacou a importância de salvaguardar o património que constituem as “Meias Casas”, entendimento que levou a Câmara a adquirir o imóvel da Rua dos Pescadores. O Presidente classificou ainda de “luta constante” o que se passa com o “1º Direito”: “somos desde a primeira hora defensores da requalificação do bairro dos Pescadores (…) fizemos tudo o que nos pediram, fomos além até do que eram as obrigações da Câmara”, informando que a insistência é constante e continuará até o problema ser resolvido.
Sobre a estrada da Foz do Minho, lembrou que tem de haver articulação com o ICNF e APA. “O trabalho estratégico, de planeamento está a ser feito e esperamos ter o parecer positivo”.
Já sobre o Parque 25 de Abril; Rui Lages concordou que a intervenção feita anteriormente não foi bem conseguida, afastou as pessoas, tal como tinha opinado Miguel Gonçalves na intervenção inicial, e defendeu a reconciliação das pessoas com o seu Parque. A boa notícia, como referimos, é que, dentro de três semanas, haverá casas de banho abertas ao público, autónomas de qualquer edifício que existe neste momento.
Finalmente, a propósito da Rua Conselheiro Miguel Dantas, “quase uma VCI de Caminha”, nas palavras de Rui Lages, informou que a Câmara já tem o projeto, falta agora encontrar o financiamento: “o caminho faz-se caminhando”.
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