“Porta da Humildade” acolhe os visitantes à entrada da 27ª edição da Arte na Leira
• Todos os dias, até 17 de agosto, na Casa do Marco, em Arga de Baixo, Caminha
Infogauda / Caminha
A 27ª edição da Arte na Leira abriu portas este sábado, ao final da tarde. A "receber-nos", logo à entrada, um trabalho imponente, e não é só por ser de grandes dimensões: Trata-se de uma intervenção artística do pintor Mário Rocha, numa "tela" muito especial, uma velha porta da estação de caminho de ferro. Título: “Porta da Humildade”. Depois entramos e a Arte na Leira é toda uma grande galeria para descobrir. A partir de agora pode visitar a exposição - está aberta todos os dias, até 17 de agosto. É no local de sempre, a Casa do Marco, em Arga de Baixo, Caminha.
Só Mário Rocha saberá a razão porque batizou a velha porta como “Porta da Humildade”, mas cada visitante poderá certamente ensaiar uma interpretação, porque a arte é isso mesmo, é todo um mundo de liberdade, aberto ao pensamento e à imaginação. Nela, nas partes envidraçadas, sobressaem retratos de pessoas idosas, mas não são pessoas quaisquer, reconhecemos os rostos da Serra d’Arga. É mais uma homenagem do artista Mário Rocha às gentes da serra que escolheu para residir (agora a tempo inteiro) e onde instalou o seu ateliê. São rostos das gentes que o acolheram desde a primeira hora, já lá vão muitos anos.
Mas, se encontramos logo ao transpor o portão da Casa do Marco, rostos de pessoas idosas, os mais novos também têm um espaço de destaque nesta edição. Como já tínhamos revelado, a imagem da edição 2025, que deu origem ao cartaz e ao catálogo, é da autoria de uma criança: Maria Inês Rocha (8 anos), neta do Mário Rocha, que vem demonstrando interesse e predisposição pelas artes. Nesta edição, o avô tornou-a protagonista. Mas há mesmo uma parte da Arte da Leira dedicado apenas a trabalhos de crianças, além da Maria Inês, participam a Ana Marta (11 anos), Catarina Tomaz (9 anos), Sebastião Rocha (3 anos) e Violeta Mouteira (3 anos), para além de estar patente um projeto – escultura: “A Arte dos Cabeçudos” – dos alunos da EB1/JI de Carvoeiro – Agrupamento de Escolas de Barroselas.
No próprio catálogo da 27ª edição, é citada a propósito das “Crianças na Arte na Leira”, Audrey Azoulay, diretora-geral da UNESCO, por ocasião da Semana Internacional da Educação Artístic: “A criatividade cria a resiliência de que precisamos em tempos de crise. Ela deve ser alimentada desde a mais tenra idade para liberar a imaginação, despertar a curiosidade e desenvolver o apreço pela riqueza do talento e da diversidade humana. A educação é onde isso começa”.
Na 27ª edição da Arte na Leira encontramos muitos outros trabalhos, de outros convidados, os artistas mais “velhos”, maioritariamente na área da pintura, mas também escultura, desenho, fotografia, joalharia, etc.
A Arte na Leira é sempre uma agradável surpresa, uma galaria encantadora onde a arte convive com a ruralidade, aqui e ali muito tosca mesmo, como as pedras que servem de mesas, com cadeiras onde nos podemos sentar a admirar as obras ou apenas a conversar, ali, no meio da serra, entre a natureza verde e a rudeza das pedras.
Ningún comentario:
Publicar un comentario